O reforço da presença da Guarda Nacional Republicana, este fim de semana em Sintra, desmobilizou os protestos dos “tuk-tuk”. Os condutores destes veículos turísticos, pretendiam bloquear a circulação na vila de Sintra através de uma marcha lenta, na sequência da interdição dos acessos na Serra de Sintra devido ao risco de incêndio.
O SINTRA NOTÍCIAS avançou ontem que a Associação Nacional de Condutores de Animação Turística pretendia organizar uma marcha lenta com centenas de “tuk-tuk” e veículos de animação turística de forma a bloquear a vila de Sintra. A iniciativa estava programada para domingo, estando também agendadas algumas ações para este sábado.
Uma fonte da Proteção Civil de Sintra revelou ontem ao SINTRA NOTÍCIAS que todas as autoridades de segurança iam estar atentas e vigilantes. “Ninguém tem o direito de colocar em risco a segurança das pessoas e bens, a mobilidade numa zona de alto risco de incêndio é crucial e não pode, em circunstância nenhuma, ser colocada em causa”.
Hoje o significativo aumento da presença da GNR desmobilizou os protestos.
PEDRA COLOCADA NO MEIO DA RAMPA DA PENA
Durante a manhã foi registado apenas um incidente. Uma pedra de grandes dimensões foi colocada na estrada entre o Palácio da Pena e São Pedro de Sintra, mas foi prontamente retirada pelas autoridades de proteção civil.
INCIDENTES ESTA SEXTA-FEIRA PROVOCARAM FERIMENTO LIGEIRO EM AGENTE DA POLÍCIA MUNICIPAL
A interdição do trânsito na serra de Sintra, entre hoje e domingo, exceto a transportes públicos e moradores, devido ao “alerta laranja” para risco de incêndio, levou ao protesto de operadores turísticos, provocando ferimentos numa agente da Polícia Municipal.
Uma agente da Polícia Municipal, de 37 anos, foi hoje atropelada por um “tuk-tuk” no bairro da Estefânea, pela hora de almoço, na sequência de uma concentração de operadores de animação turística em protesto contra a interdição de circular nos acessos à serra.
Num despacho de quinta-feira, o presidente da câmara, Basílio Horta, após uma reunião da Proteção Civil Municipal, determinou que, desde as 00:00 de 31 de maio às 23:59 de 02 de junho, “é interdito o trânsito nas vias municipais que integram o perímetro da serra de Sintra”.
De fora da proibição ficaram os “veículos de moradores e de empresas” ali sediadas, “transportes públicos de passageiros, veículos de socorro, de emergência e das entidades integrantes do Sistema Municipal de Proteção Civil”.
A agente atingida numa perna por um “tuk-tuk” foi transportada ao Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), onde recebeu assistência por “ferimento ligeiro” e teve alta horas depois.
O condutor do “tuk-tuk”, de 39 anos, foi detido no local pela Polícia Municipal e após elaboração do auto de notícia ficou em liberdade, mas com obrigação de apresentação ao Ministério Público no prazo de 48 horas, referiu a mesma fonte oficial do município.
Basílio Horta explicou à Lusa, na quinta-feira, que a medida, adotada pela primeira vez nas vias municipais de acesso ao perímetro florestal de Sintra, visa criar as condições para prevenir qualquer risco devido às elevadas temperaturas previstas até ao fim de semana.
“Se houver um problema sério na serra temos de acorrer a um incêndio imediatamente e não podemos fazê-lo se o trânsito se mantiver como está”, frisou o autarca, acrescentando que “só podem aceder os transportes públicos, incluindo os táxis”, com a proibição a abranger veículos turísticos, como jipes.
A decisão decorre de uma declaração, pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, da passagem “ao estado de alerta especial laranja nos distritos de Beja, Castelo Branco, Évora, Faro, Leiria, Lisboa, Portalegre, Santarém e Setúbal”, face às previsões meteorológicas que apontam para “um significativo agravamento do risco de incêndio florestal”.