“Sintra tem todas as condições para ser o player de todas as grandes iniciativas nacionais”, disse Basílio Horta, saudando a iniciativa do Chão de Oliva

A partir de hoje e até ao dia 17 de março, decorre no concelho de Sintra, a 8.ª Edição do Festival Internacional de Artes Performativas – PERIFERIAS, festival que fomenta a solidariedade e a união do mundo lusófono, com a artistas de várias localidades portuguesas e de várias realidades sociais a trocar experiências e realidades com artistas de Cabo Verde, Guiné, Moçambique, Angola e Brasil.

São dezassete dias de cultura dedicados à lusofonia e aos novos talentos nacionais e internacionais, com teatro, música, dança, marionetas, exposições, oficinas, contos e uma feira do livro, numa iniciativa da Associação Cultural Chão de Oliva.

“Não é só a Europa! O mundo é aqui!”, destacou ontem, Basílio Horta durante a apresentação da exposição, “As Batucadeiras de Cabo Verde”, que acontece no âmbito da iniciativa PERIFERIAS, e que está patente ao público até a 17 março no MU.SA – Museu das artes de Sintra.

“Quando conseguimos que a cultura saia dos centros onde normalmente é apresentada e vá para até onde as pessoas vivem, significa que estamos a ir para o bom caminho” , disse Basílio Horta

“Fazer cultura é uma atitude que merece ser realçada e valorizada”, prosseguiu o presidente da Câmara de Sintra, falando sobre a “descentralização da cultura” a outras zonas do concelho: “Quando conseguimos que a cultura saia dos centros onde normalmente é apresentada e vá para até onde as pessoas vivem, significa que estamos a ir para o bom caminho”, disse Basílio Horta, referindo-se à importância de “valorizar as pessoas e as comunidades”.

Basílio Horta, destacou ainda a “ligação histórica” de Portugal a países de língua portuguesa, referindo-se em particular ao “estreitamento de laços” entre Sintra e esses países lusófonos, considerando que “Sintra tem todas as condições para ser o player de todas as grandes iniciativas nacionais”, saudando a iniciativa do Chão de Oliva.

Na edição de 2019, os espetáculos terão lugar na Casa de Teatro de Sintra, no MU.SA – Museu das Artes de Sintra, no Centro Cultural Olga Cadaval, no Palácio Nacional de Queluz, na Quinta da Ribafria, entre outros espaços de cultura de Sintra.

Aliás, pela primeira vez, o Periferias também irá decorrer em palcos de freguesias circundantes, entre os quais o auditório da Junta de Freguesia de Casal de Cambra, o auditório da Igreja de Rio de Mouro e a Casa da Juventude da Tapada das Mercês.

Abertura do PERIFERIAS no Olga Cadaval

A organização deste Festival Internacional de Artes Performativas está a cargo da Associação Chão de Oliva e conta com o apoio da Câmara de Sintra

A abrir esta edição, o Centro Cultural Olga Cadaval recebe esta sexta-feira, dia 1 de março, às 21h30, os “The BLKBRDS & JUKEBOX CREW”, um projeto musical que junta uma banda com sonoridades electro-pop-funk-disco, os The BLKBRDS e a JUKEBOX CREW uma das mais reconhecidas crews de street-dance nacionais.

A Quinta da Ribafria será o palco para “Ah! Minha Dinamene!”, uma peça do Teatro Estúdio Fontenova sobre mulheres, este sábado, dia 2 de março, às 21h00. Aquelas que não podiam fugir às inevitabilidades da sobrevivência, abandonadas e obrigadas a escolher entre a fé e a prostituição. O texto original é de Luísa Monteiro a partir de investigação histórica de José Luís Neto e das Cartas de Perdão do séc. XV apresentadas a D. João II pelas centenas de mulheres condenadas ao exílio.

No domingo, dia 3 de março, é o dia de Cabo Verde. O Auditório da Junta de Freguesia de Casal de Cambra foi o palco escolhido para a peça de teatro Menos Um, representada pela Fladu Fla de Cabo Verde, às 16h00.

Este peça é uma adaptação da obra literária “Contra Mar e Vento”, de Teixeira de Sousa. A peça suporta no género drama que retrata a forma como o povo cabo-verdiano lida com a falta da chuva. Ainda evidencia o espírito de solidariedade patente nas comunidades e enfatiza o papel das madrinhas no processo da educação dos afilhados. O destino do povo das ilhas, é a emigração. A peça enfatiza esse destino na esperança de uma viagem com regresso.

Após o espetáculo “Menos Um”, a Junta de Freguesia de Casal de Cambra recebe, às 17h30, as Batucadeiras de Cabo Verde, um espetáculo de musica e dança que perlonga a festa da celebração Cabo-verdiana. Durante a colonização portuguesa, o batuque foi considerado «nocivo aos bons costumes», sendo chamado pelos termos de «música de cafres» e «música de africano». Hostilizada pela administração colonial e pela Igreja, foi durante a política do Estado Novo que essa repressão foi mais forte. O batuque, ou batuk, chegou a ser proibido nos centros urbanos, e chegou a estar moribundo a partir dos anos 50. Agora é uma arte viva e pretende-se que seja reconhecida como Património Cultural Imaterial de Cabo Verde.

A organização deste Festival Internacional de Artes Performativas está a cargo da Associação Chão de Oliva e conta com o apoio da Câmara de Sintra.

17 dias de cultura dedicados à lusofonia e aos novos talentos nacionais e internacionais, com teatro, música, dança, marionetas, exposições, oficinas, contos e uma feira do livro

Programação – Festival Periferias | Espetáculos

Dia 01 l 21h30 | CCOC | 60 min

  • The BLKBRDS & JUKEBOX CREW | Sintra | Música e Dança | M/6

Dia 02 l 21h00 | Quinta da Ribafria | 50 min

  • Ah! Minha Dinamene! | Teatro Estúdio Fontenova (Setúbal) | Teatro | M/12

Dia 03 l 16h00 | Auditório da Junta de Freguesia de Casal de Cambra | 50 min

  • Menos Um | Fladu Fla (Cabo Verde) | Teatro | M/8

Dia 03 l 17h30 | Junta de Freguesia de Casal de Cambra | 40 min

  • Batucadeiras | Cabo Verde | Música e Dança | M/3

Dia 07 l 10h00 | CCOC | 45 min

  • Dois narizes num mar de plástico | Teatro da Rainha (Caldas da Rainha) | Teatro | M/6

Dia 08 l 10h00 | CCOC | 45 min

  • King Kong | Alma d’Arame (Montemor-o-Novo) | Marionetas | M/6

Dia 08 l 21h30 | Casa de Teatro de Sintra | 50 min

  • No tempo de | Alma d’Arame | Montemor-o-Novo | Performance | M/16

Dia 09 l 21h30 | Palácio Nacional de Queluz | 48 min

  • A floresta mágica | Pedro Teixeira da Silva (Lisboa) | Música Clássica | M/12

Dia 10 l 16h00 | Auditório da Igreja de Rio de Mouro | 80 min

  • Epifania | Os Onironautas (Brasil) | Teatro | M/12

Dia 10 l 21h30 | Casa de Teatro de Sintra | 60 min

  • Armazenados | Art’Imagem (Maia – Porto) | Teatro | M/12

Dia 13 l 15h00 | CCOC

  • Reportório do Osório | D’Orfeu (Águeda) | Música | M/16

Dia 15 l 21h30 | Casa da Cultura Mira Sintra | 45 min

  • Terceira via | Rogério Nuno Costa | Ballet Contemporâneo do Norte (Sta Ma da Feira) | Conferência-performance | M/12

Dia 16 l 16h00 | Casa da Juventude da Tapada das Mercês | 60 min

  • Uno Sonic | UNO (Guiné + PT) | Música, vídeo e dança | M/06

Dia 16 l 21h30 | Casa de Teatro de Sintra | 65 min

  • Migrações | Artes e Engenhos (Moçambique + Angola + PT) | Teatro | M/14

Dia 17 l 16h00 | Casa Teatro Sintra | 60 min

  • Circo Quotidiano | Marionetas da Feira (Sta Ma da Feira) | Marionetas e objetos | M/03

Atividades

Exposição| MU.SA

  • Público em Geral | De 28 fev a 17 mar | De Terça a Sexta 10h00 às 18h00 | Sábado e Domingo das 12h00 às 18h00

Horas do Conto

  • Escolas do Concelho de Sintra | M/3 | De 1 a 17 mar | 10:30 | 14:00 | Escolas do Concelho de Sintra

Feira do Livro de Artes Performativas

  • Espaço Periferias | Público em Geral | De 1 a 3 de 6 a 10 e de 13 a 17 | Espaço Periferias – Estefânea (Sintra)

Animações de Rua + nos Comboios

  • Público em Geral | Vários dias | Tânia Safaneta (Clown) |Ruas Estefânea e Centro Histórico

Oficinas Inclusivas | MU.SA

  • Escolas 1.º Ciclo | De 11 a 15 mar | 10h00-11h00 & 14h30-15h30

Fotografias: DR CMS