Greve com ‘adesão elevada’ nos hospitais, escolas e recolha de lixo

GREVE FUNÇÃO PÚBLICA | Os hospitais Amadora/Sintra, de Gaia e de Chaves registaram 90% de adesão, segundo dados disponibilizados pela Frente Comum

Foto | Sintra Notícias - arquivo

Os funcionários públicos estão a cumprir uma greve nacional esta sexta-feira que deverá ter um impacto mais visível nos setores da saúde, educação, finanças e autarquias, podendo levar ao encerramento de escolas e deixar lixo por recolher.

Na base do protesto, que envolve sindicatos da CGTP e da UGT, está o facto de o Governo prolongar o congelamento salarial por mais um ano, limitando-se a aumentar o nível remuneratório mais baixa da administração pública, de 580 para 635,07 euros, na sequência do aumento do salário mínimo nacional para os 600 euros.

A paralisação começou por ser marcada pela Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública (CGTP), há cerca de um mês, na expectativa de que o Governo ainda apresentasse uma proposta de aumentos generalizados para a função pública, o que não veio a concretizar-se.

A adesão à greve dos funcionários públicos em protesto contra a não atualização dos salários era cerca das 09h00 “muito elevada” nos hospitais, escolas e na recolha dos resíduos sólido, disse à Lusa o secretário-geral da CGTP.

“As indicações que temos é que estamos perante uma grande adesão quer nos hospitais, na recolha de resíduos sólidos, quer na educação, quer noutros setores que hoje de manhã vão ter percalços significativos”, adiantou Arménio Carlos hoje de manhã junto à Escola EB2/3 Manuel da Maia, em Lisboa, que está encerrada devido à paralisação.

Segundo o sindicalista, na origem da greve está a “não atualização dos salários de cerca de 600 mil trabalhadores pelo décimo ano consecutivo, as carreiras bloqueadas na maior parte dos casos, as progressões longe do desejável e a falta de resposta para a aquisição de mais trabalhadores”.

Arménio Carlos destacou também que “este é o momento certo para que a população perceba que quando os trabalhadores estão a lutar estão a fazê-lo para melhorar os serviços públicos.

Entretanto de acordo com os dados disponibilizados hoje de madrugada pela Frente Comum relativos ao turno da noite, os hospitais de S. José e de Santa Maria (urgência e bloco), em Lisboa, registaram uma adesão de 100% e o Hospital D. Estefânia 98%.

Os hospitais Amadora/Sintra, de Gaia e de Chaves registaram 90% de adesão e nas unidades hospitalares de S. Francisco Xavier, de Santo António e Pedro Hispano, ambos no Porto, foi de 80%.