Fenprof antecipa milhares de escolas encerradas pela greve

A Fenprof antecipou hoje milhares de escolas encerradas na sexta-feira em todo o país, consequência da greve da administração pública convocada pelas duas centrais sindicais

Greve | Foto arquivo

“Pensamos que, por força da greve dos professores, por força – e aqui determinante – da participação dos funcionários, vamos ter milhares de escolas encerradas. Eu diria, amanhã [sexta-feira] será um dia sem aulas neste país”, disse hoje Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), em conferência de imprensa em Lisboa, antecipando, com base nos “sinais” dados pelos professores nos últimos dias uma elevada participação na greve.

Inicialmente a greve foi convocada pela Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública (afeta à CGTP) para pressionar o Governo a incluir no Orçamento do Estado para 2019 (OE2019) a verba necessária para aumentar os trabalhadores da função pública, cujos salários estão congelados desde 2009.

Mas, após a última ronda negocial no Ministério das Finanças, no dia 12, a Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP) e o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), ambos filiados na UGT, anunciaram que também iriam emitir pré-avisos de greve para o mesmo dia, tendo em conta a falta de propostas do Governo, liderado pelo socialista António Costa.

Do lado da Educação, a Federação Nacional de Educação (FNE), filiada na UGT e que representa também funcionários das escolas, e não apenas professores, como a Fenprof, já anunciou que vai acompanhar de perto a adesão à greve de sexta-feira.

“O secretário-geral da FNE, João Dias da Silva, estará, juntamente com o Secretário-Geral da Federação de Sindicatos da Administração Pública, José Abraão, às 08h00 do dia 26 de outubro, na Escola Secundária Passos Manuel, em Lisboa, para acompanhamento da greve da administração pública”, refere um comunicado da FNE.

Os trabalhadores da administração pública cumprem a partir da meia-noite uma greve por aumentos salariais, o que poderá levar ao encerramento de escolas, ao cancelamento de atos médicos e comprometer o funcionamento de tribunais e finanças.

As três estruturas sindicais que convocaram a paralisação manifestaram à agência Lusa a sua convicção de que “esta vai ser uma grande greve nacional na administração pública, tendo em conta o descontentamento demonstrado pelos trabalhadores”.