Shakespeare e Ferreira de Castro no Festival de Sintra

O mais antigo e prestigiado Festival clássico do país, o Festival de Sintra, está de volta, para a sua 53ª edição, que irá decorrer entre, esta quinta-feira, 20 de setembro e 14 de outubro

A 53.ª edição do Festival de Sintra decorre em diversos locais ao longo do concelho de Sintra, descentralizando e levando a música a mais freguesias do concelho de Sintra.

Shakespeare e Ferreira de Castro são alguns dos nomes que vão ser recordados no Festival de Sintra, que regressa esta quinta-feira, 20 de setembro, com um elenco único, no qual se destacam os russos Boris Berezovsky, considerado o “titã do piano” e Andrei Korobeinikov, que aos 20 anos já tinha ganho mais de 20 concursos internacionais de relevo.

Com direção artística de Gabriela Canavilhas, integra uma programação de 19 concertos que ao longo de três semanas irá decorrer no Centro Cultural Olga do Cadaval, no Palácio de Queluz, Palácio da Vila, Igrejas de Colares e da Ulgueira, para além de concertos de descentralização no território do concelho de Sintra.

O espírito de Sintra será recriado no “Sonho de Uma Noite de Verão”, de Mendelsshon-Shakespeare, pela Orquestra e Coro Gulbenkian, pelo Alis Ubbo Ensemble que trará os textos de Ferreira de Castro, pelo Trio Arbós espanhol, com o cantor de flamenco Rafael de Urtrera que afirmarão a herança islâmica sintrense, e pelo contratenor Maarten Engeltejes & PJCT AMESTERDAM que recriarão os concertos barrocos de D. Pedro III no Palácio de Queluz.

Esta quinta-feira, às 21h30 no Centro Cultural Olga Cadaval, o Festival de Sintra abre com a actuação da Orquestra e Coro da Gulbenkian, sob a orientação do Maestro Michael Zilm. Destaque ainda para Patrycja Gabrel, soprano; Cátia Moreso, meio soprano e Paula Lobo Antunes e Luís Madureira, narradores.

Franz Schubert
Rosamunde, D. 797, música incidental (excertos)

Felix Mendelssohn
Sonho de Uma Noite de Verão

  • Abertura op.21
  • Música incidental op.61

Festival vai revisitar os testemunhos e memórias históricas

Lugar místico ocupado pelos árabes, Paço Real desde o século XV, promontório da Lua e expoente luminoso do Romantismo, o 53º Festival Internacional de Música de Sintra vai revisitar os testemunhos e memórias históricas do apelo da Montanha Mágica a poetas e artistas, com grande enfoque na palavra e no texto poético-literário, fazendo do encontro das artes dos sons e das letras um diálogo entre a lua e a montanha.

Seguindo a tradição de décadas, o Piano tem um papel de destaque na programação do Festival de Sintra, com a presença de Boris Berezovsky, considerado o “Titã do piano” um pouco por todo o mundo e o maior nome da atualidade da grande escola pianística Russa.

Também Andrei Korobeinikov, que aos 20 anos já tinha ganho mais de 20 concursos internacionais de relevo na Rússia, Estados Unidos da América, Itália, Portugal, Reino Unido, Holanda, incluindo o Concurso Internacional de Piano Alexander Scriabin e o Concurso de Piano Rachmaninov em Los Angeles. E ainda Valentina Lisitsa, que tem 95 milhões de seguidores no Youtube e os mais destacados pianistas portugueses: António Rosado, Artur Pizarro e Adriano Jordão.

A Jovem Orquestra Portuguesa irá recriar ao ar livre, no Terreiro do Palácio da Vila, uma Oferenda Musical para o Paço Real, com Música para os Fogos Reais e Música Aquática de Haendel, um tributo ao estatuto de Sintra como espaço de acolhimento da corte desde o século XV.

A Carta Branca a Adriano Jordão resultou num programa lúdico para o grande público, com Sofia Escobar e Nelson Ebo, dedicado ao Musicais da Broadway, com a Orquestra Clássica do Centro.

Haverá ainda música de câmara de excelência, com o quarteto alemão Artis Quartett e o violoncelista Alban Gerhardt com Artur Pizarro, e a evocação da Lua como referência primeira no imaginário poético de Sintra: Songs to the Moon, pelo The Myrten Ensemble, liderado pelo pianista Joseph Middleton, acompanhador de Sir Thomas Allen e Dame Felicity Lott, aclamado como o mais brilhante pianista de lied da nova geração e sucessor de Gerald Moore. Ainda com a voz como protagonista, o recital da meio-soprano Wallis Giunta trará Love Phases em paralelo com as fases da Lua, num programa delicioso, pleno de brilhantismo.

Para além dos concertos didáticos da Orquestra Sinfónica Juvenil em escolas do concelho e de António Rosado no Concerto nº 2 de Rachmaninov, o Festival de Sintra termina a 14 de outubro com Schubert e Bruckner em Colares, em espírito intimista e de elevação espiritual, com a Camerata Alma Mater e as Voces Caelestes, tendo como ponto central a Missa nº 2 de Schubert.

Músicos participantes

As orquestras Gulbenkian, Clássica do Centro, Alma Matter, Sinfónica Juvenil e Jovem Orquestra Portuguesa, os maestros Michael Zilm, Pedro Neves, José Eduardo Gomes, Christopher Bochmann e Pedro Carneiro;

O Coro Gulbenkian, as Voces Caelestes, o Myrten Ensemble, os cantores Maarten Engletges, Wallis Giunta, Catia Moreso, Patrycja Gabrel, Rafael de Utrera, Sofia Escobar, Nelson Ebo;

Os pianistas Boris Berezovsky, Adriano Jordão, Andrei Korobeinikov, Valentina Lisitsa, António Rosado, Artur Pizarro;

O violoncelista Alban Gerhardt, o trio Arbós, o Alis Ubbo Ensemble e o Aris Quartett.

Com Paula Lobo Antunes, Luis Madureira e Luis Caetano teremos o eco da palavra de Shakespeare e de Ferreira de Castro.

Pode consultar o programa, AQUI!