Joana Pereira Bastos vence prémio Orlando Gonçalves

A reportagem "A vida que a chuva levou", da jornalista Joana Pereira Bastos, venceu, por unanimidade, a 21.ª edição do prémio literário Orlando Gonçalves, anunciou a Câmara da Amadora

A reportagem "A vida que a chuva levou", da jornalista Joana Pereira Bastos, venceu, por unanimidade, a 21.ª edição do prémio literário Orlando Gonçalves

A reportagem “A vida que a chuva levou”, da jornalista Joana Pereira Bastos, venceu, por unanimidade, a 21.ª edição do prémio literário Orlando Gonçalves, anunciou a Câmara da Amadora.

O trabalho de investigação, publicado no ano passado no semanário Expresso, resgata a memória das cheias ocorridas na madrugada de 25 para 26 de novembro de 1967, na região de Lisboa, que causaram a morte a mais de 500 pessoas, nos bairros mais pobres, constituindo o maior desastre natural em Portugal, desde o terramoto de 1755.

Numa pesquisa exaustiva dos factos dessa noite, que vai da recolha dos testemunhos de sobreviventes e voluntários, a notícias da imprensa da época, nacional e internacional, Joana Pereira Bastos demonstra o impacto da tragédia, a realidade do país em que esta ocorreu e como “marcou o despertar político de toda uma geração”, na ditadura do Estado Novo.

Joana Pereira Bastos, licenciada em Ciências da Comunicação na Universidade Nova de Lisboa, é jornalista do Expresso desde 2009, onde chegou depois de seis anos de trabalho na agência Lusa, tendo iniciado a carreira como estagiária, no Público. É autora do livro “Os Últimos Presos do Estado Novo”.

Além da atribuição do prémio, por unanimidade, o júri decidiu ainda dar menções honrosas a “Escravos do rio”, de Raquel Moleiro, também do jornal Expresso, reportagem sobre a pesca clandestina de ameijoas, no estuário do Tejo, e a “Um país a arder pelas raízes – 24 horas a escutar aqueles que foram deixados para trás”, trabalho de Paulo Moura, sobre os incêndios de junho do ano passado, na região de Pedrógão Grande

Prémio literário Orlando Gonçalves

O prémio literário Orlando Gonçalves premeia anualmente, de forma alternada, uma obra de ficção narrativa e um trabalho jornalístico ou de grande reportagem.

Entre os vencedores de edições anteriores estão autores como José Viale Moutinho, Rui Hebron, Joaquim Franco e Nuno de Figueiredo.

Instituído em 1998 pela Câmara da Amadora, o prémio tem por objetivo “homenagear a memória do escritor e jornalista Orlando Gonçalves”, “incentivar a produção literária” e contribuir “para a defesa e enriquecimento da língua portuguesa”.

Os prémios serão entregues numa cerimónia a realizar no próximo sábado à noite, na Biblioteca Municipal Fernando Piteira Santos, na Amadora, no âmbito da Festa do Livro.

O júri da 21.ª edição do Prémio Literário Orlando Gonçalves foi constituído por Joaquim Franco, em representação da Câmara da Amadora, Leonor Xavier, pela Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), e por Sofia Branco, presidente do Sindicato dos Jornalistas.