Jorge Coelho denuncia estado “trágico” da Linha de Sintra

As palavras de Jorge Coelho surgem dias antes do Diário de Notícia revelar que a CP prepara-se para cortar nos comboios das linhas de Sintra e de Cascais

Basílio Horta, presidente da Câmara de Sintra e Jorge Coelho, presidente do Conselho Estratégico Empresarial de Sintra | Foto: arquivo

O ex-ministro das Infraestruturas e Obras Públicas, Jorge Coelho, denunciou o estado “trágico” que se vive no serviço prestado pela CP na Linha de Sintra.

O semanário Expresso revela na edição deste sábado que o alerta foi feito na última quarta-feira durante a apresentação do congresso Sintra Economia 20/30, que decorrerá a 26 de outubro. O socialista, que assume a presidência do Conselho Estratégico Empresarial de Sintra, revelou que avisou o presidente da CP, um dos participantes do congresso, “para se preparar bem porque são grandes as queixas que há no concelho relativamente ao funcionamento dos comboios”.

“Espero que ele não adoeça até lá e esteja presente. Liguei-lhe hoje de manhã e até lhe disse que ia dizer isto!”. É que para doenças já há as das linhas e dos comboios que estão, nas palavras de Coelho, num estado “trágico”.

O alerta de Jorge Coelho foi feito dias antes do Diário de Notícias revelar que a CP vai cortar nos comboios das linhas de Sintra e de Cascais. Segundo o jornal a partir de 5 de agosto haverá menos viagens na hora de ponta em duas das linhas mais movimentadas do país. Os problemas de manutenção nas oficinas da EMEF e a falta de dinheiro para comprar peças são as principais razões para estes cortes, segundo a comissão de trabalhadores em declarações ao Diário de Notícias.

Os alertas para a necessidade de investimento na manutenção da linha ferroviária de Sintra não são novos. Basílio Horta já avisava em 2017 a CP dos problemas de segurança na Linha de Sintra e da supressão de comboios que se verificava. “Há aqui problemas que, se não forem atalhados, podem ser até problemas de segurança e isso não podemos admitir. Vamos esperar, vamos ter paciência, mas vamos continuar a lutar para que haja investimento no material circulante e nos carris”, afirmava o autarca.

Ainda em 2015 a CP anunciou o fim da ligação direta entre o Rossio e Sintra. A proposta de horário da CP que pretendia acabar com a “família” comboios Sintra-Rossio acabou por não avançar. Na altura o presidente da Câmara da Sintra revelava que a negociação do novo horário com a CP não tinha sido fácil, mas acabou por ser possível assegurar “uma questão essencial, que era manter a estação do Rossio”.