Se fosse vivo, Nelson Mandela faria hoje [18 de Julho] 100 anos.
Com Mandela, o mundo assistiu ao exemplo da perseverança na luta pelos ideais, à reconciliação para lá da cor da pele, ao orgulho das convicções e ao exemplo em quem todos se querem rever.
Madiba para o seu povo, Madiba de todos nós, é justo recordá-lo no momento em que tem já uma página garantida nos manuais de História. Não na dos caudilhos ou demagogos, mas na dos inspiradores e idealistas, como o foi na África do Sul Shaka Zulu.
Recordo a sua viagem a Portugal em Outubro de 1993, e como foi inspirador escutar na Aula Magna um homem a quem 27 anos de prisão não deixaram sombra de ressentimento e com serenidade nos falou do futuro, e de como o perdão com olhos no devir é atributo que só grandes homens têm o dom de possuir.
(…) “um homem a quem 27 anos de prisão não deixaram sombra de ressentimento e com serenidade nos falou do futuro, e de como o perdão com olhos no devir é atributo que só grandes homens têm o dom de possuir.”
No dia em que, sereno como quem acabava de dar um simples passeio pelo jardim, saiu de mão dada com Winnie de Robben Island, o mundo pela CNN, viu pela primeira vez o rosto envelhecido mas sereno do homem que esteve 27 anos encarcerado e em trabalhos forçados, junto com outras figuras emblemáticas do ANC.
Nesse dia, já Mandela era imortal, e os anos que seguiram o demonstraram.
Obrigado Madiba!
Fernando Morais Gomes,
Fundador da Alagamares e do Núcleo do Sporting de Sintra