Trabalhadores do Amadora-Sintra exigem igualdade

Progressão nas carreiras e igualdade em relação aos funcionários dos outros hospitais são algumas das reivindicações dos trabalhadores do Amadora-Sintra

Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra)

Trabalhadores da saúde do hospital Amadora-Sintra em greve manifestaram-se hoje para exigir a progressão nas carreiras e igualdade em relação aos funcionários dos outros hospitais.

Ao som de músicas de intervenção, como ‘Grândola, Vila Morena’, de Zeca Afonso, os manifestantes gritavam palavras de ordem como ‘Tempo de serviço não é para ir para o lixo’ e exibiam cartazes com frases como ‘Falta de pessoal faz mal à saúde’, ‘Criação da carreira técnico-auxiliar de saúde já’, ‘Somos pouco trabalhadores para tantas dores’ e ‘Fartos de espera é hora de lutar’.

Ana Amaral, dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas (FNSTFP), que convocou a greve de hoje dos trabalhadores do setor da saúde, à exceção de médicos e enfermeiros, disse à agência Lusa que o Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) tem “uma situação diferente” dos outros hospitais.

“Este hospital tem uma situação diferente dos outros porque a federação assinou um acordo coletivo de trabalho com os hospitais EPE [Entidade Pública Empresarial]” ao qual o Amadora-Sintra ainda não aderiu, explicou a dirigente sindical.

Segundo a sindicalista, “uma das reivindicações dos trabalhadores é que a administração [do Amadora-Sintra] adira a este acordo para poderem usufruir dos benefícios que foram ganhos para os outros trabalhadores”.

A trabalhar no Amadora-Sintra desde que este abriu, há 23 anos, Dalila Estevão, chefe administrativa no serviço de urgência, lamentou à Lusa que os trabalhadores não tenham os mesmos direitos dos que trabalham noutros hospitais e relatou os vários problemas com que são confrontados.

“Temos muitas pessoas a fazerem muitas horas extra porque não há pessoal, as baixas prolongadas não são substituídas, e os trabalhadores estão a ser muitos castigados em termos de horas de trabalho”, contou Dalila Estevão.

A revisão das carreiras da saúde, “a justa valorização” da Carreira Especial de Técnico de Emergência Pré-Hospitalar, o fim dos cortes no pagamento das horas de qualidade e do trabalho suplementar, “contra a descentralização de competências na área da Saúde para as Autarquias Locais” e a “aplicação do DL 62/79 a todos os trabalhadores” e o “pagamento do abono para falhas aos trabalhadores que manuseiam valores” são outras reivindicações dos trabalhadores.