Basílio Horta, presidente da Câmara de Sintra assinou esta terça-feira, o protocolo de cedência do histórico Salão de Galamares, adquirido o ano passado pelo município, à Caixa de Crédito Agrícola de Lourespelo pelo valor de 100 mil euros, instituição que o tinha em sua posse, devido a problemas financeiros de anteriores proprietários.
A assinatura de protocolo entre a autarquia de Sintra e o Grupo Desportivo e Cultural de Galamares, que se situa no Caminho de Santo António em Galamares, na União das Freguesias de Sintra, na passada terça-feira, dia 5 de junho.
“Este é um ato simbólico, que marca o início de um novo ciclo na vida deste espaço também já quase classificado como de interesse concelhio”, desabafou no facebook, Fernando Morais Gomes, não escondendo a sua satisfação pela aquisição do histórico Salão de Galamares, espaço cultural e recreativo, inaugurado em 1916 e único pelas suas caracteristicas.
Há cerca de um ano, ao SINTRA NOTÍCIAS, o fundador da Galamares – Associação Cultural, a propósito da compra do Salão de Galamares pela autarquia, falava de um “momento de regozijo que traz o sossego a todos os que nos últimos anos batalharam pela conservação desse ex-libris e espaço cultural e recreativo para muitas gerações. A autarquia honrou o seu dever de zelar pelo nosso património e memória”, contribuindo para este desfecho, que “acaba assim auspicioso para Galamares o ano de 2017″.
Inaugurado em 1916
Um texto publicado por Fernando Morais Gomes, no blogue Reino de Klingsor, dá conta de um “histórico Salão de Galamares”, fundado em 1916, por iniciativa do Visconde de Monserrate, local onde “durante décadas ali se realizaram récitas, festas e sessões de cinema. “Até Viana da Motta aí tocou em 1923, numa iniciativa destinada a obter receitas para a eletrificação da estrada de Sintra a Colares”, conta o fundador da Alagamares – Associação Cultural.
“Com pinturas e murais de António Graça, Júlio Fonseca e Garibaldi Martins, artesãos ao serviço do visconde, foram recorrentes as peças de teatro onde pontificavam Guilherme Oram ou Eduardo Frutuoso Gaio, o conjunto de saxofones da Sociedade União Sintrense, o Cynthia Jazz ou Os Mexicanos. Depois de um período de apagamento nos anos 70 e 80, foi sob o impulso de personalidades como Edgar Azevedo e António Jorge Manata que ressurgiu em 1979, tendo nos anos 90 o renascido Grupo Desportivo e Cultural de Galamares (GDCG) realce no ciclismo e atletismo, destacando-se, por exemplo, a conquista da I Maratona Popular de Badajoz, em 1996 e a organização de diversos prémios de atletismo”, recorda Fernando Gomes Morais.
“Mercê do esforço da população, desde então se veio a reabilitar na traça original o dito salão, devolvendo-lhe o brilho perdido, tendo contribuído para essa tarefa a colaboração inestimável da Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra, pelo que, alguns anos e mais de duzentos mil euros depois, e mercê do muito trabalho voluntário da população, finalmente reabriu em prol da cultura e associativismo locais, propondo-se dinamizar a cultura e lazer, além da continuação das actividades da secção de pesca, criada em 2003”, destaca Fernando Morais Gomes, no texto publicado pelo próprio, no blogue Reino de Klingsor, na sequência de uma resenha histórica de Galamares e do Salão, na vida da comunidade.
(Notícia atualizada)