Cerca de 500 escolas estão hoje encerradas devido à greve dos trabalhadores não docentes, segundo um balanço de sindicatos que representam estes profissionais, que aponta para uma adesão entre 80 e 85%.
O balanço foi feito hoje ao final da manhã por Artur Sequeira, da Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), que lembrou alguns dos motivos do protesto: baixos salários, precariedade ou a falta de funcionários nas escolas.
Segundo Artur Sequeira, as escolas têm 7.796 trabalhadores precários, dos quais cerca de três mil estão a trabalhar a tempo parcial e os restantes aguardam pelo resultado do processo de regularização dos funcionários públicos em situação precária que está a decorrer, o PREVPAP.
Resultado: “A grande maioria das escolas nunca está a funcionar a 100%”, alertou o responsável sindical durante uma conferência de imprensa realizada à porta da escola secundária Vergílio Ferreira, em Lisboa.
Os baixos salários – quase metade dos assistentes operacionais recebem o salário mínimo – é outra das razões da greve destes trabalhadores que exigem, ainda, uma carreira específica.
Artur Sequeira criticou a “inoperância do ministério da Educação” no sentido de resolver os problemas: “Não houve nada que este Governo tenha feito (…) a não ser a portaria de rácios”, criticou.
Mas, mesmo a portaria que veio definir o número de funcionários necessários para cada escola é criticada por Artur Sequeira, que diz ter sido “baseada no economicismo” e, por isso, “não conseguir responder às necessidades das escolas”.
Também presente na conferência de imprensa esteve o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, que acusou o Governo de ser “tio Patinhas” na forma como está a olhar para as escolas que mantêm milhares de trabalhadores em condições precárias para além de as escolas continuarem a ter falta de trabalhadores.
Junto a cerca de dezena e meia de funcionários que se concentraram à porta da escola, Arménio Carlos sublinhou que os assistentes operacionais “estão a lutar pela estabilidade do seu emprego”, mas também a lutar para evitar “problemas graves do ponto de vista de segurança dos alunos”.
“O Governo não pode ser tão tio Patinhas a fazer corte atrás de corte”, criticou Arménio Carlos.
Lusa / Sapo