Um concerto celebrativo dos 150 anos do nascimento do compositor Vianna da Motta (1868-1948), pelo Trio Pangea, na quarta edição dos “Serões Musicais no Palácio da Pena”, em Sintra.
Até ao dia 30 de março, estão previstos oito concertos no salão nobre do palácio, com programas constituídos por peças que abordam as correntes estético-musicais do romantismo e do modernismo, por intérpretes como a soprano Dora Santos, o pianista João Paulo Santos, o tenor Mário João Alves ou a meio-soprano escocesa Karen Cargill.
“Reviver as vivências musicais oitocentistas que se respiraram no Palácio da Pena, no século XIX, ao tempo do rei D. Fernando”, marido da rainha D. Maria II, é o objetivo deste ciclo, programado pelo pianista João Paulo Santos e a musicóloga Luísa Cymbron, que fará uma introdução em cada recital, segundo comunicado da Parques de Sintra Monte da Lua (PSML), que gere o palácio.
No dia 17, o recital “Da ‘Mélodie’ à ‘Comédie'”, propõe “uma panorâmica de dois géneros intrinsecamente franceses: a canção de câmara, género por excelência do salão aristocrata, e o teatro de ‘boulevard’, género popular”, segundo nota da PSML.
A interpretação de peças de Camille Saint-Saëns, Jules Massanet, Reynaldo Hahn e André Messager estará a cargo da soprano Cecília Rodrigues, distinguida em setembro último com o Prémio Jovens Músicos/Antena 2.
O programa dos recitais dos dias 23 e 24 tem por objetivo “redescobrir o intenso intercâmbio cultural que existiu entre Portugal e Espanha”, entre 1845 e 1935, sob o título “‘De Espanha, nem bom vento…’: o mundo musical ibérico entre o romantismo e a ‘Belle Époque'”, e inclui peças de Manuel García, Maria Malibran, Alexandre Rey-Colaço e de Francisco Barbieri, interpretadas pela soprano Sónia Alcobaça e pelo tenor Mário João Alves, acompanhados por João Paulo Santos.
A meio-soprano Karen Cargill, que em 2002 venceu o Prémio Kathleen Ferrier, encerra o ciclo, no dia 30, acompanhada pelo pianista inglês Simon Lepper, apresentando o recital “A Longa Sombra do ‘Tristão'”.
A soprano escocesa atua em Sintra, cerca de três anos depois da sua estreia como recitalista nos Estados Unidos, no Carnegie Hall, em Nova Iorque.
No recital sintrense, “estabelecem-se aproximações entre Richard Wagner e quatro autores franceses de ‘mélodies’, sugerindo um típico serão de canto num distinto salão parisiense da ‘Belle Époque'”, explica a PSML.
O programa do recital inclui peças de Richard Wagner, Claude Debussy, Ernest Chausson, Henri Duparc e Reynaldo Hahn.
