A Casa de Saúde da Idanha, em Belas, no concelho de Sintra é o primeiro estabelecimento do país a receber o Paro, uma foca-robô, com com inteligência artificial, criada, entre outra razões, para melhorar a qualidade de vida de pessoas com demência.

O primeiro do género em Portugal irá para a Casa de Saúde da Idanha, em Belas, no concelho de Sintra, que vai formar os seus terapeutas para utilizar o robô, usado para estimular memórias e melhorar a qualidade de vida de pessoas que perdem as suas capacidades mentais.

É para isso mesmo que vai começar a ser usado pela Unidade de Gerontopsiquiatria e Reabilitação Cognitiva da Casa de Saúde da Idanha, em Belas.

À margem do Congresso Internacional das Demências, que decorreu a semana passada na instituição das Irmãs Hospitaleiras, o inventor de “Paro”, Takanori Shibata, afirmou que se trata de “um dispositivo médico” capaz de melhorar “depressão, ansiedade, dor, ‘stress’, solidão” e perturbações do sono.

Paro reage ao toque, à luz e ao som, expressa emoções, abre e fecha os olhos e move a cabeça e as barbatanas. Em pessoas mais velhas com demência, onde se vê um declínio acentuado das funções cognitivas, como a perda da capacidade de comunicação, pode ajudar a reduzir a ansiedade e a agressividade, principalmente no fim do dia, altura em que os doentes ficam mais agitados.

Para que isso aconteça, basta que Paro seja aceite pelas pessoas porque, se assim for, os resultados são quase imediatos. “Se elas não interagirem com o robô, claro que não vai ter qualquer efeito terapêutico”, diz. Mas quando os doentes o abraçam, por exemplo, essa interação física tem efeitos muito rápidos.

Nos EUA, Paro é considerado um dispositivo médico há quase 10 anos. Por cá, o criador diz que, passo a passo, vai ser possível incluir o robô em cuidados de saúde durante este ano. “Estamos, neste momento a fazer o registo de Paro na Europa mas precisamos de ter algum tempo para a sua produção “, refere.

Usada já em cerca de 30 países, a foca robô é usada em hospitais ou lares de idosos como uma ferramenta para tentar melhorar a qualidade de vida de pessoas internadas. À primeira vista, parece um peluche.

Quando se liga, os olhos abrem-se e o robô vira a cabeça, respondendo quando se acaricia o pelo ou se fala na sua direção e emitindo sons como os de uma foca bebé real.

Takanori Shibata afirmou que o uso desta tecnologia permite “reduzir custos sociais” e melhorar qualidade de vida e espera que, “no futuro, Portugal adote o Paro no seu sistema de segurança social”.