O presidente da Câmara de Sintra disse hoje não compreender a recusa da CDU para aceitar pelouros no município e admitiu que possa tratar-se de uma “estratégia mais nacional” de futura agitação social.
“Não vemos nenhuma justificação para a CDU não ter pelouros, a não ser que o comunicado seja um aviso, embora ainda ténue, de uma agitação social que aí vem”, afirmou Basílio Horta (PS), em declarações à Lusa.
O autarca disse estar “surpreendido com a decisão” do vereador Pedro Ventura de não aceitar competências no executivo municipal, admitindo que, se assim for, “essa agitação social seguramente não tem a ver com o concelho de Sintra, é muito capaz de se radicar numa estratégia mais nacional do que concelhia”.
“Obviamente que aceitamos, não podia ser de outra maneira, mas sinceramente não compreendemos. A CDU foi convidada para participar na gestão da câmara, através da atribuição de pelouros, no próprio dia das eleições, quando nós soubemos que tínhamos maioria absoluta”, explicou.
O presidente da autarquia adiantou que, apesar da maioria absoluta, o PS entendeu “que a colaboração com a CDU devia continuar, e devia continuar porque foi uma colaboração leal e útil ao município”.
“Nós como sempre fizemos, nunca olhamos para os partidos, mas sim para a gestão do serviço público”, frisou.
Após a participação da CDU no anterior mandato, que asseguraram “quatro anos de paz e de trabalho”, Basílio Horta notou estar convencido de que “não foi por causa de Sintra que a CDU perdeu 10 câmaras” nas eleições autárquicas de 1 de outubro.
“Tenho pena que a CDU não se queira associar a esse trabalho que vai ser muito importante para as nossas comunidades”, vincou o autarca, reconhecendo manter “estima” pelo vereador comunista.