Nos concelhos de Cascais, Mafra, Loures e Odivelas os utentes pagam mais pela fatura de água do que em Sintra. Mafra é o concelho com a fatura de água mais cara e Lisboa é onde se paga menos.

O valor pago pela fatura da água em Sintra entrou no debate da campanha eleitoral. A coligação PSD/CDS-PP lançou um outdoor onde questiona o preço da água no concelho. No entanto os dados da DECO revelam que, em comparação com os concelhos vizinhos na área urbana, Cascais, Mafra, Loures e Odivelas têm preços mais altos do que Sintra, já com as taxas incluídas [ver quadro mais abaixo].

Em Sintra a fatura da água está abaixo da média dos valores pagos nestes oito concelhos (Lisboa, Cascais, Amadora, Oeiras, Loures, Odivelas, Mafra). Este custo foi alcançada devido à estabilização de preços nos últimos anos no município sintrense. A estratégia de redução de perdas de água, através de grandes investimentos em infraestruturas, foi decisiva para conseguir não aumentar preços, assim como a decisão da autarquia de Sintra em manter os tarifários.

Mesmo em comparação com Oeiras, para um consumo anual de 120 metros cúbicos de água, o valor pago em Sintra é de apenas mais 3 euros. No concelho de Lisboa a situação é bastante diferente. A Empresa Portuguesa das Águas Livres (EPAL) vende à capital a água a um valor bastante mais reduzido do que aos restantes municípios, permitindo assim uma fatura bastante mais baixa do que a restante área urbana de Lisboa.

Tanto em 2016, como em 2017, a Câmara de Sintra assumiu o custo de cerca de um milhão de euros, para manter o preço da água aos consumidores, que resultava do aumento da tarifa da água fornecida pela EPAL. Em 2017 o aumento da EPAL de 7,69% no preço da água não foi assim refletido na fatura a pagar pelos consumidores. Basílio Horta, presidente da Câmara, sublinhou na altura da decisão que em Sintra “a nossa fatura da água não aumenta para os cerca de 370 mil consumidores”.