Desafia a paisagem urbana mas, sobretudo, a imaginação fértil dos mais jovens moradores do bairro que vivem paredes meias com o velho moinho de velas brancas e configuração singular.

A História deste moinho é feita de um caminho de persistência da Associação de Raiz cultural, denominada de “O Moinho”. Aquele moinho que, hoje partilha a paisagem com blocos habitacionais de um Bairro com vida própria, com uma actividade Cultural fulgurante, desenvolvida num espaço digno do nome que tem: Casa da Cultura de Mira Sintra, Lívio de Morais, é conhecido Moinho de Mira Sintra, nos nossos tempos. Mas, na sua génese, foi chamado de Moinho do Casal da Pedra.

Herdades antigas que andam de mãos dadas com a História Local e Nacional, pois integravam os bens do grande e afamado Bispo D. Domingos Anes Jardo.

Voltamos ao Moinho da Pedra, pela mão do historiador Rui Oliveira. “Com rigor podemos afirmar que é um exemplo, ainda funcional, dos típicos moinhos eólicos que, em meados do século XVIII, e pós terramoto, começaram a enxamear as colinas do termo de Lisboa, impondo-se pela sua inovação tecnológica, uniformização, rentabilidade económica e fácil manutenção por todo o Sul de Portugal”.

Ainda segundo Rui Oliveira, “temos notícias da construção de um moinho eólico no Casal da Pedra, em 1783. A informação consta do «Index de Notícias do Cartório desta casa de santo Eloy da Cidade de Lisboa», Tomo II, anno de 1766; que refere a dado passo, como título: «este moinho como se fez na terra do prazo antecedente fica pertencente a Martins Matheus” Os ditos Manoel Moreira e Valentina Maria erão Senhores do Praz antecedente derão licença a Jacinto Roque para fazer o moinho, ficando obrigado a pagar para o Convento 3 galinhas e dous alqueires de trigo que por isso lhe baixou o foro do Cazal.  Aos 31 de Março de 1783 se fez novo aforamento em três vidas do mesmo Agostinho Roque a qual se acha…».

“Posteriormente e no «Inventário de extinção do Convento de Santo Eloy de Lisboa» de 1834, página 139, temos a notícia deste mesmo moinho que foi vendido, segundo consta, a Pedro Filipe, sendo referido, em nota que estava já em más condições – o texto diz: demolido”, refere Rui Oliveira.

“Terá sido provavelmente este novo proprietário que o reedificou e lhe deu a traça que chegou até nós”, acredita o Historiador, Rui Oliveira.

Sintra Notícias com União de Freguesias de Agualva e Mira Sintra (fotos)