As obras na estrada N117 no troço que liga Queluz a Belas, conhecida pela “estrada da vergonha”, deverão começar ainda durante o mês de março.

A portaria assinada pelo ministro das Finanças e publicada esta terça-feira em Diário da República, autoriza a Infraestruturas de Portugal (IP) a proceder à repartição de encargos relativos ao contrato da empreitada (EN 117 – Pendão (km 7+650)/Belas (km 8+900) Reabilitação), até ao montante global de 2 milhões e 390 mil euros. O SINTRA NOTÍCIAS sabe que o processo aguarda neste momento visto do Tribunal de Contas, que deverá ocorrer nas próximas semanas, e que a empresa vencedora do concurso, a Conduril, já se encontra no local a fazer as primeiras medições para avançar com a obra.

Em março do ano passado a Câmara de Sintra e o Governo assinaram o protocolo para a requalificação do troço. Basílio Horta, presidente da Câmara Municipal de Sintra, e o presidente do Conselho de Administração Executivo das Infraestruturas de Portugal, António Ramalho assinaram o documento, numa cerimónia que contou com a presença do secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme D´Oliveira Martins que homologou o protocolo.

Basílio Horta lembrou na ocasião que “este é um dia importante para a Sintra e principalmente para os utilizadores daquela estrada, que durante anos tem sido um perigo, mas também tem sido condicionante do desenvolvimento territorial daquela zona”.

Apesar de a IP desenvolver o projeto, o município de Sintra investe aproximadamente 1 milhão de euros para “obras de construção de passeios e da ciclovia, que têm o custo inicial estimado de 82 mil euros, e obras de substituição da conduta de abastecimento de água e respetivos ramais, com o custo inicial estimado de 1 milhão e trinta e quatro mil euros”, menciona o protocolo. O secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme D´Oliveira Martins disse na ocasião que “este momento representa um salto considerável na requalificação de uma estrada nacional que precisava de resolução”.

 

Duas mortes não foram suficientes

Estávamos a 19 de fevereiro de 2008 quando duas irmãs morreram na “estrada da vergonha”. As fortes chuvadas que aconteceram nesse dia arrastou, por volta das 7h30 da manhã, as duas mulheres, e o carro em que seguiam, para a corrente do rio Jamor.

No ano seguinte, 2009, ano de eleições, houve uma marcha pela requalificação da via e multiplicaram-se as declarações políticas e as promessas, mas nada foi feito. A estrada, e o luto das duas jovens, permaneceram sem resposta.

Quando Basílio Horta assume a presidência da Câmara Municipal de Sintra, numa presidência aberta em fevereiro de 2014, torna esta questão prioritária. “A luta que foi necessária para garantir que aquele troço fosse requalificado é inimaginável, só alguém com peso político de Basílio Horta e disponível a ir até as últimas consequências conseguia num contexto de forte contenção orçamental, levar o governo a fazer esta obra”, revela fonte da Câmara Municipal de Sintra. “A verdade é que de todos os investimentos previstos pela IP, a N117 no concelho de Sintra, foi das poucas que avançou graças à respetiva autorização do ministro das Finanças”, revela a mesma fonte.

 

PROJETO PARA A N117