Os vereadores do PSD na Câmara de Sintra, apresentaram em reunião de Câmara, uma proposta para a atribuição do nome dr. Carlos França ao “Hospital de Proximidade de Sintra”, proposta que mereceu acolhimento e aprovação por parte do órgão executivo.

“É de imperiosa importância a perpetuação da memória dos nossos concidadãos, cuja atuação se destaca entre os demais pelo contributo social que deram para o bem estar da sua comunidade”, refere a proposta, acrescentando que “o dr. Carlos França, teve uma obra de inestimável valor na investigação científica na área da medicina, merecedora do reconhecimento público”.

“A ligação do dr. Carlos França a Colares, e o reconhecimento internacional da sua obra, prestigiaram internacionalmente não só esta Freguesia, mas também a Vila de Sintra”, argumenta a proposta dos vereadores do PSD na Câmara de Sintra, considerando que “é de todo pertinente que a este novo equipamento de prestação de cuidados de saúde se associe o nome de um dos mais distintos vultos da medicina portuguesa com ligações a Sintra”

Na reunião de executivo a vereação “laranja” propôs que a Câmara de Sintra deliberasse solicitar ao Ministério da Saúde, que o futuro Hospital de Proximidade de Sintra, se passe a designar, “desde já, ‘Hospital de Proximidade Dr. Carlos França”,

Nota biográfica

“O dr. Fernando Carlos França (1877-1926) foi um prestigiado médico, militar e investigador de excelência, cuja obra e investigação na área da medicina mereceu o reconhecimento internacional.

Nascido em Torres Vedras, ficou ligado a Sintra pelo facto de ter escolhido Colares como local de residência, mais precisamente na Quinta Mazziotti, onde por muitos anos desenvolveu o seu trabalho de investigação, tendo realizado importantes descobertas na área da Bacteriologia, e muito particularmente, na Protozoologia.

Do seu curriculum como investigador, constam a realização de 187 publicações científicas, das quais se destacam os trabalhos realizados sobre a meningite cérebro-espinal, tendo Carlos França inovado no tratamento desta doença com punções lombares e injeções de lisol, salvando, desta forma, com a colaboração do dr. Brandão de Vasconcelos, muitos doentes na região de Colares.

A importância da sua obra, considerada uma das maiores de todos os tempos na ciência portuguesa, esteve de tal forma ligada a esta localidade, que internacionalmente se chegou a julgar que Colares era um Centro Universitário. O dr. Carlos França fez ainda parte da missão de estudo da peste bubónica, no Porto, chefiada por Câmara Pestana, doença que veio a contrair e à qual resistiu, ao contrário do seu mestre. Envolvido na primeira Guerra Mundial, esteve destacado em França, onde chefiou a Secção de Higiene e Bacteriologia. Desenvolveu ainda serviços pioneiros de defesa e assistência sanitária na Madeira.

Faleceu em 1926, com 49 anos de idade, tendo sido sepultado no Cemitério de Colares.

O reconhecimento público da sua obra e intervenção social, permitiu que se erigisse em Sintra um monumento que visa perpetuar a sua memória, monumento da autoria do arqº Norte Junior, cujo busto de bronze é obra de Artur Anjos Teixeira”.