O Governo e a ANA, Aeroportos de Portugal, assinaram está quarta-feira um memorando de entendimento que visa “estudar aprofundadamente” a solução de um aeroporto complementar no Montijo para aumentar a capacidade do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.

“O acordo de entendimento é assinado depois do aeroporto de Lisboa ter ultrapassado os 22 milhões de passageiros em 2016, um ano de recordes de tráfego em todos os aeroportos portugueses”, segundo a ANA, gerida pela VINCI Airports.

A assinatura do memorando de entendimento decorreu em Lisboa com as presenças do primeiro-ministro, António Costa, do ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, do presidente da Confederação do Turismo Português, Francisco Calheiros, do presidente da VINCI Airports, Nicolas Notebaert, e do presidente da ANA, Jorge Ponce de Leão.

Com a assinatura do memorando de entendimento entre o Estado e a ANA para estudar o aeroporto no Montijo “antecipamos em cinco anos o prazo máximo de decisão sobre a capacidade aeroportuária de Lisboa, relativamente ao previsto no contrato de concessão” da ANA, afirmou o afirmou o Ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, na cerimónia, que decorreu em Lisboa.

O Ministro afirmou que “as avaliações realizadas convergiram para uma solução consistente, que assegura a capacidade aeroportuária para as próximas décadas: a manutenção do Aeroporto Humberto Delgado como infraestrutura aeroportuária central na região de Lisboa, mas a partir de agora em articulação com um aeroporto complementar, a desenvolver na Base Aérea do Montijo”.

O Ministro disse que até novembro de 2017 “serão completados os estudos ambientais já iniciados” e “na primeira metade de 2018 serão concluídas a avaliação ambiental e a negociação contratual com a ANA”.

Durante 2018 “serão desenvolvidos os projetos de detalhe, para que, caso o Governo aprove a proposta final do concessionário, a construção do aeroporto no Montijo possa iniciar-se em 2019 e terminar em 2021”.

 

Solução sólida

Pedro Marques disse que “a utilização da infraestrutura existente no Montijo, como aeroporto complementar ao Aeroporto Humberto Delgado, é uma solução sólida no que respeita à operação paralela dos dois aeroportos, aspeto que torna inviável a utilização de outras infraestruturas existentes na Região como pistas complementares ao Aeroporto Humberto Delgado”.

É também “uma solução financeiramente comportável para o Estado, com condições para o seu custo ser integralmente suportado através das receitas aeroportuárias, mantendo a competitividade destes aeroportos face aos principais aeroportos concorrentes”.

Os estudos técnicos “permitem-nos hoje afirmar que a coexistência do Aeroporto Humberto Delgado com um Aeroporto complementar no Montijo assegura a duplicação da capacidade atual de transporte aéreo da Região de Lisboa, que passará a poder movimentar 72 aviões por hora, podendo transportar 50 milhões de passageiros por ano”, sublinhou.

 

Desenvolvimento harmonioso das duas margens do Tejo

É também “uma solução que permite o desenvolvimento harmonioso da Área Metropolitana de Lisboa, repartindo o desenvolvimento induzido pelo crescimento do tráfego aéreo pelas duas margens do Tejo”, criando “oportunidades de desenvolvimento e reforço da coesão no Arco Ribeirinho Sul, ao mesmo tempo que não estrangula a continuação do desenvolvimento também da margem Norte”.

Pedro Marques referiu que “esta expansão aeroportuária impulsionará a riqueza e o emprego, estimando-se que possa gerar a longo prazo cerca de 20 000 novos postos de trabalho, diretos e indiretos, apenas no setor aeroportuário, além das dezenas de milhares de postos de trabalho que resultarão do crescimento da atividade económica, e do Turismo em particular”.