A urna do antigo chefe de Estado português Mário Soares, que chegou à Praça do Município, em Lisboa, às 11h34 horas, já foi transferida para o armão militar que a transportará em cortejo até ao Mosteiro dos Jerónimos.

Os restos mortais de Mário Soares foram recebidos pelo presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, por vereadores do executivo e outros autarcas e ainda pela família, representada pelos filhos João e Isabel Soares e pelos netos Jonas e Lilah Soares.

Três minutos após a chegada, a urna coberta pela bandeira de Portugal foi retirada do carro funerário para o armão (espécie de charrete) por seis militares da Guarda Nacional Republicana (GNR), seguindo-se a entrega das condecorações pelos netos.

Após cumprimentar os familiares, Fernando Medina prestou a sua homenagem colocando um cravo vermelho em cima da urna.

O carro funerário chegou acompanhado por uma Escolta de Honra da GNR, constituída por 30 motos, às quais se juntou uma comitiva de 84 cavalos desta força de segurança.

A assistir, estavam também cerca de 200 pessoas, que se mantiveram em silêncio durante a ocasião.

As palmas ouviram-se na chegada do corpo e durante a trasladação, tornando-se mais intensas com o início da marcha.

Quando a família passou, os populares voltaram a aplaudir, em sinal de solidariedade.

Na fachada dos Paços do Concelho, destacam-se dois cartazes de grande dimensão (iguais aos 500 que estão colocados por toda a cidade) com a inscrição “Obrigado Mário Soares” acompanhada por uma fotografia de corpo inteiro e a preto e branco do histórico socialista, a caminhar na praia.

Dois dias depois da morte de Mário Soares, as cerimónias fúnebres de Estado do antigo Presidente da República iniciaram-se hoje no Campo Grande, junto à casa onde viveu.

O cortejo, que passou pelo Marquês de Pombal e pelo Rossio antes da Praça do Município, levará o corpo para o Mosteiro dos Jerónimos, onde permanecerá até terça-feira.

Pelo caminho, passará por locais como a Rua do Arsenal, Praça do Comércio, Cais do Sodré, Avenida 24 de Julho, Avenida da Índia e Praça do Império.

Mário Soares morreu no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde estava internado há 26 dias, desde 13 de dezembro.

Entre as personalidades presentes na cerimónia junto à Câmara de Lisboa, estavam a presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Helena Roseta, presidentes de Juntas de Freguesia da capital, deputados municipais e ainda militantes socialistas como Isabel Moreira e Jorge Lacão.

A bandeira do município está a meia haste.

Mário Soares morreu no sábado, em Lisboa, e o Governo decretou três dias de luto nacional, entre hoje e quarta-feira.

O corpo do antigo Presidente da República vai estar em câmara ardente no Mosteiro dos Jerónimos a partir das 13:00 de hoje.

O funeral de Estado, o primeiro desde o 25 de Abril, realiza-se a partir das 15:30 de terça-feira, no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa, e contará com as presenças dos Presidentes do Brasil e de Cabo Verde,  além de outras personalidades internacionais,  como o presidente do Parlamento Europeu.

Nascido a 07 de dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares, advogado, combateu a ditadura do Estado Novo e foi fundador e primeiro líder do PS.

Após a revolução do 25 de Abril de 1974, regressou do exílio em França e foi ministro dos Negócios Estrangeiros e primeiro-ministro entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, tendo pedido a adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e assinado o respetivo tratado, em 1985.

Em 1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da República durante dois mandatos, até 1996.

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Lusa