“O João partiu” sem realizar o sonho de ser Cozinheiro

    Morte de jovem João Pereira, por acidente, na Terrugem, deixa profundo pesar, dor e indignação

    Alguns dos alunos da Escola de Hotelaria de Colares, onde João Pereira estudava para ser Cozinheiro

    O jovem motociclista, que morreu, na terça-feira, na Terrugem, Sintra, vítima de um acidente que envolveu duas viaturas ligeiras e duas motorizadas, chamava-se João Pereira, e era “bom miúdo, muito educado e muito focado. Queria ser cozinheiro”, escreve no facebook, o seu professor de matemática, na Escola de Hotelaria de Colares, no concelho de Sintra.

    O aparatoso e estúpido acidente, ocorreu na rua Alto dos Moinhos e colheu mortalmente o jovem, que seguia numa das duas motorizadas envolvidas no acidente.

    A morte prematura e inesperada do jovem João Pereira, que residia na Ericeira, em Mafra, deixou uma onda de profundo pesar e grande “saudade na família, mas também nos amigos, nos colegas, nos professores”, desabafa Rui Frade Ribeiro, no facebook.

    “O João partiu.
    Não cumpriu a ordem cronológica das coisas.
    Fica provado que o FIFO pode ser muito importante nas mercadorias, nos bens de consumo, mas não se aplica à vida.
    Tão novo e partiu.
    Conheci-o apenas em Setembro, quando passei a ser o seu professor de Matemática.
    Bom miúdo, muito educado e muito focado. Queria ser cozinheiro.
    Já não vai ser, pelo menos neste mundo. Partiu antes de realizar este sonho e seguramente muitos outros que tinha mas que não partilhou comigo.
    Eu acredito em Deus.
    Mas é nestas alturas que nos perguntamos onde está a justiça divina.
    O João foi muito mais cedo do que seria de esperar.
    Porquê?
    Qual a lógica de partir assim?
    Partiu um miúdo bom e ficaram cá tantos que nem se percebe o que cá andam a fazer?
    Talvez seja uma forma de nos fazer entender que não vale a pena passarmos pela vida só a fazer asneiras na expectativa que lá mais para o fim um arrependimento mais ou menos sincero acerta as nossas contas com o criador…
    Afinal o fim não é mandado por nós…
    O João partiu. Muito cedo e sem aviso prévio para nos prepararmos, para ter a oportunidade de lhe dizer que gostávamos dele, de nos despedirmos.
    O João deixa saudade. Certamente deixa muita saudade na família, mas também nos amigos, nos colegas, nos professores.
    Adeus João. Até sempre. Fica em Paz.”