Frederico Lourenço, foi distinguido, esta sexta-feira, com o Prémio Pessoa 2016. Escritor e professor universitário, publicou, em 2016, o primeiro volume, de seis, da tradução integral da bíblia a partir do grego.
O Prémio Pessoa, que distingue uma personalidade que tenha tido uma “intervenção particularmente relevante e inovadora na vida artística, literária ou científica” no país, foi anunciado esta sexta-feira, no Palácio de Seteais, em Sintra.
Natural de Lisboa, Frederico Lourenço tem 53 anos. Escritor, tradutor e professor universitário, é um especialista em Línguas e Literaturas Clássicas, em particular Grego.
Doutorou-se com uma tese sobres os cantos líricos de Eurípides e tem dedicado grande parte da carreira ao estudo da poesia grega, com destaque para a tradução de Homero, como referiu Francisco Pinto Balsemão, presidente do júri, no momento em que anunciou o vencedor.
“Fiquei completamente surpreendido, ainda nem consigo reagir”, disse Francisco Lourenço, minutos depois de anunciado o prémio. “Estou felicíssimo, estou muito honrado em receber este prémio”, acrescentou, em declarações à RTP3.
Frederico Lourenço publicou este ano o primeiro volume da nova tradução da Bíblia Grega, “Septuaginta”, o primeiro volume de uma série de seis, com os quatro Evangelhos canónicos, de Mateus, Marcos, Lucas e João.
O Prémio Pessoa, que distingue há 30 edições uma personalidade de nacionalidade portuguesa, no valor de 60 mil euros, é uma iniciativa anual do jornal “Expresso”, com o patrocínio da Caixa Geral de Depósitos.
O júri do Prémio Pessoa 2016 foi constituído por Francisco Pinto Balsemão (presidente), António Domingues (vice-presidente), António Barreto, Clara Ferreira Alves, Diogo Lucena, Eduardo Souto de Moura, José Luís Porfírio, Maria Manuel Mota, Maria de Sousa, Mário Soares, Pedro Norton, Rui Magalhães Baião, Rui Vieira Nery e Viriato Soromenho-Marques.
No ano passado, o galardão – criado pelo jornal Expresso, com um valor monetário de 60 mil euros – foi atribuído ao escultor Rui Chafes, a quem o júri elogiou a procura pela transcendência, ao utilizar o ferro como matéria-prima criativa.
O Prémio Pessoa foi atribuído pela primeira vez em 1987, ao historiador José Mattoso.
Desde então foram reconhecidos, entre outros, o poeta António Ramos Rosa, a pianista Maria João Pires, os investigadores António e Hanna Damásio, o neurocirurgião João Lobo Antunes, recentemente falecido, o arquiteto Eduardo Souto de Moura, o constitucionalista José Joaquim Gomes Canotilho, a historiadora Irene Flunser Pimentel e a investigadora Maria Manuel Mota.