A Câmara Municipal de Sintra aprovou por unanimidade apresentar uma queixa-crime contra Pedro Ladeira na reunião que realizou a 11 de outubro.
Pedro Ladeira é o protagonista do intitulado “Movimento de Apoio à Construção do Hospital de Sintra” criado durante o mês passado. As palavras na origem da queixa-crime, que seguiram para a Procuradoria Geral da República, surgiram a 22 de setembro em comentários da página pessoal do facebook do vereador Marco Almeida – que votou a favor da queixa – onde Pedro Ladeira afirmava “mais uma vez a câmara de Sintra ao serviço dos donos disto tudo” a propósito da compra da Quinta Monte Fleuri no centro histórico de Sintra. “Desta vez é o Grupo Mello o beneficiário dos milhões de receita por um imóvel que não vale, nem metade!” afirmou lançado ainda a acusação que o presidente da Câmara “será convidado para trabalhar na Remax no final do mandato”.
O presidente da Câmara, durante a reunião que aprovou a queixa, referiu que considerava a afirmação em causa “absolutamente inconcebível”. Também o vereador eleito pelo PSD, Luís Patrício, afirmou que “quem anda na vida pública tem que ter uma couraça maior do que quem faz a sua vida de forma mais pacata e discreta, mas há limites. O limite é a nossa dignidade e a nossa honra”. Já o vereador Marco Almeida afirmou que “vamos votar favoravelmente como não podia deixar de ser. Todos nós temos a nossa dignidade e o exercício de cargos públicos não nos deve sujeitar a tudo”. Também Pedro Ventura, da CDU, destacou que “a acusação aqui feita é muito grave (…) e votarei favoravelmente”.
A proposta aprovada por todos os vereadores sublinha que “torna-se obrigatório, por força da lei, e vital que a Câmara Municipal de Sintra pugne pelo restabelecimento da verdade, da honra, do prestígio, da dignidade e da credibilidade do Órgão Executivo da Autarquia, lançando mão dos mecanismos legalmente ao seu dispor, designadamente no domínio da ação penal”.
“Estou tranquilo”
Questionado pelo SINTRA NOTÍCIAS, sobre o assunto, Pedro Ladeira, diz-se “tranquilo” e estranha a posição da autarquia, afinal, “cabe-me a mim como cidadão, não só o direito, como o dever de participar na gestão pública, em todos os atos e de pedir a sua total transparência”.
Sobre o teor das palavras escritas no facebook, “foi um desabafo. Apenas uma piada de circunstância, de reação. Nada mais do que isso”, refere incrédulo, Pedro Ladeira, explicando que, “foi uma reação reativa, relativamente a um comentário, num grupo privado, em ambiente completamente diferente”. “Uma piada não é crime”, questiona-se, invocando o seu direito de “liberdade de expressão”. “Acredito que o Tribunal nem sequer vai abrir processo porque não tem matéria suficiente”, refere Pedro Ladeira, garantindo que irá continuar a sua “trajetória” de “avaliar a má gestão que a Câmara de Sintra tem sofrido nos últimos três anos. É a minha opinião”.
