A criação de um observatório nacional e de uma estratégia contra a pobreza, promoção do emprego de qualidade ou melhoramento do acesso à informação foram algumas das medidas defendidas hoje para erradicar a pobreza, no âmbito da conferência da EAPN.30 mil, sendo anualmente superior a 30 mil.

Vários especialistas reuniram-se hoje, no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), em Lisboa, para debater a luta contra a pobreza, a realidade atual e propor soluções.

Na opinião do presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN) Portugal, “é fundamental” que seja criado um Observatório nacional que mostre as causas da pobreza, que faça análise, para que depois seja possível criar políticas adequadas.

Segundo o padre Jardim Moreira, é necessário “seriedade científica”, sublinhando que a pobreza não é bandeira de ninguém, mas antes responsabilidade de todos.

“Porque senão andamos sempre a fazer políticas a ‘olhómetro’ e não acertamos. O problema é demasiado sério e deve ser encarado com seriedade e isenção”, defendeu.

Já o presidente da Cáritas Portugal, apontou que as políticas de combate à pobreza têm mudado ao longo dos anos, mas as consequências continuam a ser as mesmas, defendendo, por isso, que será muito difícil haver mudanças enquanto o modelo económico não for alterado.

Em matéria de recomendações, Eugénio Fonseca voltou a defender a criação de uma Estratégia Nacional para a erradicação da pobreza que seja sólida e ataque a exclusão social.

Quer também mais categorias para as taxas de cofinanciamento para os serviços sociais, que sejam mais acessíveis para as pessoas com baixos salários, promoção de emprego de qualidade.

Defendeu, por outro lado, que os esquemas mínimos de rendimentos sejam acessíveis a todos os que necessitam, revendo os critérios do sistema de condições de recurso.

Eugénio Fonseca pediu também que seja melhorado o acesso à informação sobre as novas medidas políticas, para que todas as pessoas, mas principalmente as mais excluídas, compreendam essa informação.

Para o presidente da Cáritas, as medidas de combate à pobreza não podem ser apenas de âmbito nacional e apontou que a União Europeia tem que defender aqueles que são os seus valores primordiais.

“A classe política tem de assumir este desígnio de uma forma determinada e determinante”, frisou.

Apontou, por outro lado, que é preciso acabar com análises populistas e preconceituosas da pobreza, apontando que o tema da pobreza é terreno fértil para este tipo de considerações que acabam por ter como consequência a luta contra os pobres em vez da luta contra a pobreza.

Lusa