Bernardino Gomes, fundador do PS e chefe de gabinete do ex-primeiro-ministro, morreu hoje de madrugada aos 72 anos, disse à agência Lusa fonte do Partido Socialista.
Chefe de gabinete de Mário Soares, Bernardino Gomes licenciou-se em Ciências Políticas pela Universidade de Lovaina, Bélgica, e foi diretor do Gabinete de Estudos e Planeamento do Ministério dos Negócios Estrangeiros, após o 25 de Abril de 1974.
Investigador da área das relações internacionais, é autor, com Tiago Moreira de Sá, do livro «Carlucci vs. Kissinger — Os EUA e a Revolução Portuguesa» e foi, durante anos, administrador da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD).
Durante o período revolucionário, de 1974 a 1975, Bernardino Gomes testemunhou as relações do PS e de Mário Soares com o então embaixador norte-americano, Frank Carlucci.
O diplomata norte-americanos em Lisboa discordava da “teoria da vacina”, do secretário de Estado, Henry Kissinger, segundo a qual, se Portugal caísse para os comunistas, serviria de exemplo a não seguir por países como Espanha e Itália.
Com Mário Soares foi um um dos fundadores do PS, em Bad Munstereiffel (República Federal Alemã), a 19 de Abril de 1973, que resultou da transformação em partido da Ação Socialista Portuguesa (ASP).
Uma das suas últimas posições políticas públicas foi, juntamente com mais 24 fundadores do PS, a declaração de apoio à candidatura de António Costa à liderança do partido, em 2014.