O líder comunista, ao abrir hoje a 40.ª Festa do «Avante!», Seixal, justificou o acordo com PS para impedir a continuidade de PSD/CDS-PP no poder, suscitando vaias àqueles partidos e ao anterior Presidente da República.
Perante milhares de militantes e simpatizantes, que aplaudiram a solução política encontrada e denominada por «geringonça» (PS/BE/PCP/PEV), Jerónimo de Sousa congratulou-se ainda com o uso dos novos seis hectares de terreno do evento, a Quinta do Cabo da Marinha.
«Sim, tínhamos consciência de que, com um Governo do PS e um programa do PS, as questões de fundo e os problemas estruturais dificilmente encontrariam as respostas necessárias», admitiu o secretário-geral do PCP, criticando antes os quatro anos de mandato governamental de Passos Coelho e Paulo Portas, «sob o manto protetor» do então chefe de Estado, Cavaco Silva.
Porém, “havia duas questões urgentes” – “impedir que o Governo PSD/CDS prosseguisse a sua política de terra queimada e, em segundo lugar, com a nova fase da vida política nacional, que fosse encetado um caminho de reposição de salários, rendimentos e direitos, horários de trabalho”, além de “salvar serviços públicos (saúde, escola pública, segurança social)” ou “travar privatizações anunciadas”, “suster a sangria da emigração”, “devolver feriados roubados”, entre outras medidas.
O secretário-geral comunista salientou que em 4 de Outubro de 2015 “a maioria do povo português aplicou uma derrota pesada a PSD/CDS, deixando-os em minoria na Assembleia da República” e, “quando a direita se preparava para transformar uma derrota numa vitória, continuar no Governo para dar cabo do resto”, foi “o PCP que avançou com a possibilidade de uma solução política”, merecendo palmas dos visitantes da festa.