O ator e encenador português Jorge Silva Melo morreu na noite de segunda-feira aos 73 anos, revelou o pianista Nuno Vieira de Almeida.

“Um dos grandes, dos que mais fez durante décadas a fio, escrevendo, encenando, ensinando, filmando, representando, deixou-nos hoje. Muito se dirá amanhã sobre ele, por quem esteja mais bem preparado para o fazer do que eu. Eu estou apenas triste. Este início de ano com mortes sucessivas, guerra, solidão, tem sido devastador”, escreveu o músico.

Jorge Silva Melo estava internado no Hospital da Luz, em Lisboa.

Também ator e cineasta, Jorge Silva Melo começou a escrever sobre cinema com apenas 15 anos e dedicou a vida às artes também como dramaturgo, tradutor e crítico, passando por Londres, Berlim e Milão.

Foi o fundador do Teatro da Cornucópia, em 1972, que dirigiu com Luís Miguel Cintra até 1979.

Em 1995 fundou a companhia Artistas Unidos, na qual desempenhou a função de diretor artístico. Ao longo da carreira realizou nove filmes e escreveu sete peças de teatro.

Em 2004 recebeu o grau de Comendador da Ordem da Liberdade.

Estudou na London Film School, foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, e estagiou em Berlim junto do encenador Peter Stein, e em Milão com Giorgio Strehler.

É autor das peças “Seis Rapazes Três Raparigas”, “O Fim ou Tende Misericórdia de Nós”, “Prometeu”, e “O Navio dos Negros”, entre outras.

No cinema, realizou as longas-metragens “Ninguém Duas Vezes” e “António, Um Rapaz de Lisboa”, entre outras, além de documentários sobre a vida de artistas plásticos, como Nikias Skapinakis e Ângelo de Sousa.

Traduziu obras de Carlo Goldoni, Luigi Pirandello, Oscar Wilde, Bertolt Brecht, Georg Büchner, Lovecraft, Michelangelo Antonioni, Pier Paolo Pasolini, Heiner Müller e Harold Pinter.

Fotografia. RTP
Lusa