Livre diz haver soluções sem bloco central ou maioria absoluta

“O debate comprova que não vale a pena estar a fazer pressão sobre o eleitorado em Portugal, nós não temos que viver em Portugal num dilema entre o bloco central e a maioria absoluta, felizmente o país é mais plural do que isso e há soluções”, referiu Rui Tavares em reação ao frente a frente de quinta-feira entre o secretário-geral do PS, António Costa, e o presidente do PSD, Rui Rio.

E, acrescentou, “olhando até para resultados de sondagens recentes”, que existem “possibilidades de estabilidade, nomeadamente no campo do progressismo e da ecologia que é o caminho que o Livre oferece” para o país sair “da situações em que está”.

“Para nós, a questão da governabilidade é muito simples: se houver uma maioria à esquerda seremos parte da solução, se houver uma maioria à direita seremos parte da oposição”, afirmou, durante uma ação de pré-campanha que decorreu hoje em Vila Real.

Na sua opinião, “os dados estão lançados para que haja uma maioria à esquerda”.

“Que seja uma maioria na qual, no fundo, o voto no Livre nos livra do dilema entre o bloco central e a maioria absoluta, o voto no Livre nos livra do dilema entre a arrogância de uns e a intransigência de outros, oferece um caminho para sairmos da situação de impasse em que estamos e, se esse caminho começa por ser uma vereda e depois se alarga para ser uma verdadeira estrada, depende dos votos que os nossos concidadãos nos derem”, salientou.

O candidato do Livre pelo círculo eleitoral de Lisboa considerou ainda que a progressão que o partido tem “tido nas ultimas semanas demonstra muito claramente que o Livre pode, não só, ter um grupo parlamentar como esse grupo parlamentar ser decisivo para a formação de uma maioria estável de progressismo, de ecologia e de apoio à sociedade”.

Durante o debate, o ainda primeiro-ministro, António Costa, mostrou o documento do Orçamento do Estado para 2022, referindo que será apresentado no parlamento no dia em que terminar a discussão do programa de Governo.

“No nosso país, que é o do 25 de Abril, o povo é quem mais ordena e, portanto, os orçamentos são aprovados pela Assembleia da República com a maioria que houver na Assembleia da Republica. Não vale a pena por os eleitores perante um facto consumado” salientou Rui Tavares.

E, exemplificou com o “facto consumado” da mineração de lítio, praticamente sem uma política de sustentabilidade” e questionou se se quer uma regionalização “decidida por uma maioria absoluta, decidida por um bloco central entre PS e PSD” ou pelo próximo parlamento.

A regionalização foi também um dos temas destacados pelo cabeça de lista do Livre pelo círculo eleitoral de Vila Real, João Luís Silva, um empresário e gestor de 57 anos, natural de Chaves e residente em Lisboa, o qual apontou ainda preocupações relacionadas com o despovoamento e o envelhecimento da população.

Lusa