Aprimeira fase da vacinação contra a covid-19 será administrada nos pontos de vacinação habituais dos centros de saúde, nos lares e unidades de cuidados continuados. A vacina será também administrada aos profissionais de saúde e dos serviços essenciais no âmbito da medicina no trabalho.

Estes são os pontos de vacinação previstos na primeira versão do Plano de Vacinação de Combate à Covid-19, que foi hoje apresentado no Infarmed, em Lisboa, pelo coordenador da ‘task-force’ criada pelo Governo para esse trabalho, Francisco Ramos.

Para a primeira fase do plano de vacinação, que deverá decorrer entre janeiro e março de 2021, os pontos de vacinação foram definidos tendo em consideração os grupos prioritários no acesso à vacina: as pessoas com mais de 50 anos com patologias associadas, residentes e trabalhadores em lares, e profissionais de saúde e de serviços essenciais.

Por isso, a vacina será administrada nos cerca de 1.200 pontos de vacinação habituais dos centros de saúde, nos lares e unidades de cuidados continuados e no âmbito da medicina do trabalho para os profissionais dos serviços essenciais.

Vacina universal, gratuita e facultativa

A vacina contra a covid-19, que deverá chegar a Portugal já em janeiro, será universal, gratuita e facultativa, e será disponibilizada à população de acordo com as características aprovadas pela Agência Europeia do Medicamento.

Consulte o Plano de Vacinação Covid-19

Vacinação em três fases no próximo ano

Estão previstas três fases para a execução do plano de vacinação contra a covid-19 em 2021 que vão acompanhar o ritmo de disponibilização das vacinas, sendo expectável que nos primeiros meses ainda haja alguma escassez.

Por isso, numa primeira fase, que deverá decorrer entre janeiro e março, ou abril no pior cenário, só vão ter acesso à vacina até 950 mil pessoas prioritárias.   

Para a segunda fase, o documento prevê um alargamento dos critérios para a definição desses grupos prioritários e, por isso, a vacina poderá chegar a mais 2,7 milhões de pessoas.

Só numa terceira fase é que toda a população terá acesso à vacina, mas o coordenador da ‘task-force’ ressalvou, durante a apresentação do documento, que isso só será possível se se confirmar o ritmo de abastecimento das vacinas que o permita, porque caso contrário podem ser criados ainda outros grupos.

Portugal vai comprar 22 milhões de doses

Segundo a ministra da Saúde, Portugal vai comprar mais de 22 milhões de doses de vacinas contra a covid-19, no âmbito dos acordos entre seis farmacêuticas e a União Europeia, o que representa um custo de 200 milhões de euros.

Para já, estão garantidas 6,9 milhões de doses da candidata da Astrazeneca, 4,5 milhões da Johnson & Johnson’s, 1,8 milhões da Moderna e 4,5 milhões da Pfizer/BioNTech, que deverão ser as primeiras a chegar já nos primeiros dias de 2021.

Vacina é facultativa, mas ‘task-force’ quer promover a adesão

No plano de vacinação, a ‘task-force dedica um capítulo à estratégia de comunicação, sublinhando o objetivo de promover a adesão dos portugueses à vacinação.

Esse trabalho será feito através dos profissionais de saúde, das entidades envolvidas no processo de vacinação, dos media, de influenciadores e das próprias pessoas, com o objetivo de garantir a aceitação à vacina e combater a desinformação.

Recorde-se, a pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.495.205 mortos resultantes de mais de 64,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 4.724 pessoas dos 307.618 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.