Ação de fiscalização policial “mal recebida” em Queluz e Agualva

"Foi necessária uma intervenção mais musculada para fazer cumprir as ordens dadas pelas entidades fiscalizadoras", adiantou fonte policial ao SINTRA NOTÍCIAS

Ação de fiscalização noturna em Agualva, envolvendo a PSP e Polícia Municipal de Sintra

Decorreu recentemente mais uma ação de fiscalização noturna, envolvendo a Polícia de Segurança Pública (PSP) e a Polícia Municipal de Sintra, a estabelecimentos comerciais, a funcionar em zonas consideradas “problemáticas” e eventualmente “causadores de ruído” em Queluz, Agualva e Mem Martins.

Em Mem Martins e na sequência de uma queixa anónima, relacionado com ruído noturno, as autoridades deslocaram-se ao local para averiguar e confirmar os factos. Contudo, a sua chegada não foi pacífica, já que algumas das viaturas da PSP foram apedrejadas. A situação, segundo fonte policial revelou ao SINTRA NOTÍCIAS, só foi ultrapassada com o recurso a “disparos de advertência de shotgun” por parte da polícia.

Na mesma noite, decorreu outra ação em Queluz e Agualva e “foi necessária uma intervenção mais musculada para fazer cumprir as ordens dadas pelas entidades fiscalizadoras”, adiantou a mesma fonte ao SINTRA NOTÍCIAS, sublinhando não se terem registado ferimentos entre civis e os agentes da PSP e da Policial Municipal de Sintra, envolvidos na ação.

Intervenção dos agentes de autoridade em Agualva, imagem publicada no facebook

Em Agualva a ação policial não passou despercebida para alguns moradores, que nas redes sociais, sobretudo depois da publicação de uma fotografia num grupo de facebook, deixaram mensagens de regozijo e de apoio aos agentes da PSP e Polícia Municipal, denunciando casos relacionados com a falta de policiamento, sobretudo durante a noite, no largo na Avenida da República, Rua Dr. Magalhães Lima e as Escadinhas da Fonte Nova.

“Tudo mudou quando ao fundo da rua abriu um estabelecimento que nada mais é do que uma tasca, onde noite após noite se aglomeram indivíduos alcoolizados”, dá conta Margarida Susana, que se queixa também do ruído, “falam como se tivessem à frente um megafone, agridem-se entre si e onde fazem da nossa rua discoteca, já que ligam as colunas às 2h da manhã”, desabafa.

“O que isto era e o que isto se tornou”, desabafa Rui Alexandre; “Impera a falta de respeito pelo próximo, a falta de civismo, e a polícia pouco pode fazer com os poucos meios que tem”, lamenta desabafa Nídia Filipe. “No largo da Biblioteca é o mesmo inferno! E não há bares abertos, mas a malta senta-se nos bancos e tem dias que é até às 6 da manhã”, dá conta Ana Sousa, enquanto Miguel Miranda, se questiona: “Como pode ser? Onde estamos?”.

“Direito ao descanso e segurança na freguesia” – Carlos Casimiro, presidente da União de Freguesias de Agualva e Mira Sintra

Questionado sobre o assunto, Carlos Casimiro, presidente da União das Freguesias de Agualva e Mira Sintra, saúda a intervenção da PSP e da Polícia Municipal, manifestando contudo “preocupação” com as situações reincidentes, vividas pelos moradores, defendendo “a redução de horário ou o encerramento de todos os estabelecimentos noturnos onde hajam ruídos ou comportamentos que atentem contra o direito ao descanso e segurança na freguesia”.

Basílio Horta e Carlos Casimiro em Agualva/Mira Sintra

Em declarações ao SINTRA NOTÍCIAS, o autarca adianta que “recentemente e de forma informal, falamos com a PSP de Agualva-Cacém sobre a necessidade de intervenção neste estabelecimento, relativamente ao qual solicitamos ao município a redução do horário”.

Sobre a ação de fiscalização desencadeada pela PSP e Polícia Municipal de Sintra, naquela zona de Agualva, Carlos Casimiro, “saúdo muito a intervenção policial efetuada”, adiantando que um outro estabelecimento também problemático na Praceta Comunidade das Índias, “solicitamos ao município o seu encerramento, face ao funcionamento com atividade diferente da praticada”.