CDU contra “estacionamento pago” no concelho de Sintra

Novas zonas de estacionamento tarifado constam da revisão do Regulamento de Trânsito e Estacionamento de Sintra, que se encontra em consulta pública até 08 de julho.

Pedro Ventura, vereador da CDU na Câmara de Sintra

A CDU de Sintra, criticou hoje, no âmbito do projeto de Revisão do Regulamento de Estacionamento e Trânsito do Concelho de Sintra, que se encontra em discussão pública, que “o estacionamento pago” no município, considerando que “se as alterações de circulação se revestem da necessidade de uma melhor adequação aos fluxos de trânsito”, o estacionamento em Sintra “é apenas e tão só uma opção de aumento de receita”.

“Desde há vinte anos para cá a Câmara Municipal de Sintra, tenta sistematicamente cobrar pelo estacionamento nos principais aglomerados do nosso concelho mas não tem conseguido, pela resistência dos munícipes mas voltou novamente à carga”, critica a CDU em comunicado, enviado ao SINTRA NOTÍCIAS.

“O estacionamento é um instrumento fundamental das políticas urbanas e de mobilidade que apresenta uma enorme complexidade devido às diferentes dinâmicas associadas quer à sua localização (…) quer aos múltiplos atores envolvidos”, refere a a CDU, acrescentando que sublinha, “em Sintra, o PS, através da empresa municipal de estacionamento de Sintra (EMES) vê o estacionamento numa lógica de arrecadação de receita. Para a CDU, tal é reprovável”.

Para os comunistas de Sintra, “a proposta de Regulamento de Estacionamento e Trânsito, e na sua componente de estacionamento pago merece a total discordância da CDU e tudo faremos, tal como aconteceu nos mandatos de Fernando Seara, para que esta medida não seja implementada” argumentando que “ao contrário de Lisboa, os lugares de estacionamento no concelho de Sintra são maioritariamente ocupados por moradores e por isso não faz nenhum sentido avançar para o estacionamento pago”.

Basílio Horta, refutou as críticas da CDU, notando que a autarquia possui parques gratuitos

É necessário disciplinar o trânsito”

“As propostas estão em cima da mesa, mas toda a gente compreenderá que é necessário disciplinar o trânsito”, salientou à Lusa o presidente da autarquia, Basílio Horta, acrescentando que no futuro, quando funcionarem em pleno parques e transportes públicos alternativos, “o trânsito particular para a Pena não será permitido”.

Basílio Horta, refutou as críticas da CDU, notando que a autarquia possui parques gratuitos em Massamá, Agualva-Cacém e na Portela de Sintra, junto às estações, prevendo-se que o bilhete do transporte para a Pena seja incluído na entrada do parque.

Para o presidente da Câmara de Sintra, a alegação do pretexto para arrecadar receita “não tem o mais pequeno sentido” e a iniciativa visa “criar condições para algumas zonas urbanas poderem vir a ser taxadas”, apenas quando residentes e comerciantes não consigam estacionar devido à falta de lugares, ocupados por automobilistas de outras zonas que se deslocam para Lisboa.