Processo contra Sporting por acusação de racismo a jogador do Sintrense

FUTEBOL | Jovem atleta da equipa junior do Sport União Sintrense, leva Sporting a Tribunal

O jogador juvenil, Tondoango Muanza Samuel, médio português de 16 anos do Sport União Sintrense (SUS), vai processar o Sporting, por acusação de racismo, na sequência de comentários proferidos pelos relatores da Sporting TV, durante um jogo entre o Sporting e o Sintrense, realizado a 23 de setembro de 2018, a contar para o Campeonato Nacional de juniores B.

O jogador não só acionou a justiça desportiva como apresentou também queixa-crime no DIAP da Comarca de Lisboa, em ambos os casos contra o Sporting e contra desconhecido, indicando como suspeito “o comentador/relator da Sporting TV”, que estava a transmitir a partida de futebol, avança a edição online de o Jornal ‘ABola’, na sua edição de hoje.

A Secção Não Profissional do Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) deliberou, a 28 de dezembro, a instauração de um processo disciplinar ao Sporting “por eventual responsabilidade disciplinar pelos comentários proferidos pelos relatores da Sporting TV, no jogo entre o Sporting e o Sintrense, a 23 de setembro de 2018, a contar para o Campeonato Nacional de juniores B, da época 2018/2019, na sequência da convocação do processo de averiguações tendo por base participação disciplinar apresentada por Tondoango Muanza Samuel”, adianta o jornal desportivo diário.

Recorde-se, o caso aconteceu na segunda parte, aquando de uma substituição na equipa do Sintrense. Tondoango Muanza Samuel abandonava o relvado para ser substituído. “O comentador da Sporting TV, em tom jocoso, desde logo proferiu o seguinte impropério: ‘Que grande calmeirão!!’ E quando o seu colega da estação de televisão tentava compor o que foi dito, afirmando que seria dos jogadores mais altos, eis que o comentador em causa não se inibiu de afirmar: ‘Tenho a impressão que já foi operado à próstata’. E como se não bastasse, perante a admiração do seu colega, este comentador ainda dá grandes gargalhadas relativamente ao que acabou de dizer”, pode ler-se na participação e na queixa-crime, que o jornal ‘ABola’ teve acesso.

Ainda segundo o jornal ABOLA, “os representantes do queixoso vincam que tais declarações foram proferidas “com o objetivo de incitar à discriminação, por causa da raça, cor, origem étnica e condição física”, além do “intuito de difamação” através da “imputação de uma idade avançada e uma condição física deficiente, também pela sua raça, cor e origem étnica”.

Ainda segundo a argumentação, citado pela “ABola”, Tondoango Muanza Samuel entende que “o que foi propalado é ofensivo das suas origens, cor, honra e consideração”, sentindo-se “ofendido na sua honra, humilhado e trist” por um boato que “ainda hoje lesa e denigre a sua identidade cultural, integridade pessoal e imagens públicas”.

Notícia completa, na edição on-line do jornal A BOLA