Efeitos do furacão Leslie vão sentir-se em Portugal Continental

Condições Meteorológicas Adversas | O IPMA está a acompanhar a evolução deste furacão de categoria 1, que tem vindo a aproximar-se do território português

O IPMA está a acompanhar a evolução deste furacão de categoria 1, que tem vindo a aproximar-se do território português | Imagem: IPMA

O Instituto Português do Mar e da Armosfera (IPMA) chama a atenção para as regiões Centro e Sul do país, que deverão sentir os efeitos da tempestade Leslie com maior intensidade, mas a Protecção Civil alerta que “o território continental português será afectado muito provavelmente em toda a sua extensão geográfica”.

O IPMA está a acompanhar a evolução deste furacão de categoria 1, que tem vindo a aproximar-se do território português. A trajetória deste furacão é, no entanto, das mais imprevisiveis de sempre, segundo o IPMA.

Se esta manhã as indicações eram de que ia atingir sobretudo a região autónoma da Madeira, a verdade é que agora as previsões indicam que o Leslie mudou de percurso. Vai agora passar precisamente entre os Açores e a Madeira, em direção à região sul do continente, mas os avisos para a região autónoma mantêm-se.

Para já, sabe-se que o período mais crítico será entre a tarde de sábado e a hora de almoço de domingo, em particular na região sul do continente.

São esperados ventos fortes, chuva e agitação marítima, não só no Alentejo, Algarve e na Madeira mas também na zona norte e centro do país, isto porque ao furacão Leslie junta-se uma superficie frontal fria que chega pelo Minho litoral e vai atravessar o território de norte para sul.

Depois, o Leslie perde força, passa a tempestade tropical e segue para o golfo de Cádiz, onde a partir de segunda-feira deve voltar a perder intensidade e transformar-se numa depressão tropical.

O IPMA pede especial atenção às atualizações das próximas horas porque mudanças na rota do Leslie podem justificar avisos ainda mais graves. De acordo com o IPMA, este é um dos furacões mais imprevisíveis e erráticos a aproximar-se de território nacional.

Tome nota:

1. SITUAÇÃO

A situação meteorológica que irá condicionar o território continental português é ainda muito incerta, nomeadamente quanto à trajetória da depressão Leslie e aos efeitos que a mesma produzirá em relação a vento, precipitação e agitação marítima. Espera-se que as condições dos estados do tempo e do mar se agravem a partir das 19h00 horas de sábado, 13-10-2018, atingindo-se o pico mais crítico entre as 00h00 horas e as 06h00 horas de domingo, para o vento, as 01h00 horas e as 16:00 horas de domingo para a precipitação, as 03h00 horas e as 12h00 horas de domingo, para a agitação marítima.

O território continental português será afetado muito provavelmente em toda a sua extensão geográfica, não sendo possível ainda indicar com precisão as áreas de maior impacto dos fenómenos meteorológicos.
É essencial recomendar especial cuidado com o vento, por precaução, na medida em que, podendo soprar forte nalgumas regiões, pode contribuir sobremaneira para a evolução rápida dos incêndios rurais que venham a verificar-se.

2. EFEITOS EXPECTÁVEIS

Face à situação acima descrita, poderão ocorrer os seguintes efeitos:
· Danos em estruturas montadas ou suspensas;
· Possibilidade de queda de ramos ou árvores em virtude de vento mais forte;
· Possíveis acidentes na orla costeira;
· Dificuldades de drenagem em sistemas urbanos, nomeadamente as verificadas em períodos de preia-mar, podendo causar inundações nos locais historicamente mais vulneráveis;
· Piso rodoviário escorregadio e eventual formação de lençóis de água e gelo;
· Possibilidade de cheias rápidas em meio urbano, por acumulação de águas pluviais ou insuficiências dos sistemas de drenagem;
· Possibilidade de inundação por transbordo de linhas de água nas zonas historicamente mais vulneráveis;
· Inundações de estruturas urbanas subterrâneas com deficiências de drenagem;
· Fenómenos geomorfológicos causados por instabilização de vertentes associados à saturação dos solos, pela perda da sua consistência.

3. MEDIDAS PREVENTIVAS

A ANPC recorda que o eventual impacto destes efeitos pode ser minimizado, sobretudo através da adoção de comportamentos adequados, pelo que, e em particular nas zonas historicamente mais vulneráveis, se recomenda a observação e divulgação das principais medidas de autoproteção para estas situações, nomeadamente:
· Garantir uma adequada fixação de estruturas soltas, nomeadamente, andaimes, placards e outras estruturas suspensas;
· Ter especial cuidado na circulação e permanência junto de áreas arborizadas, estando atento para a possibilidade de queda de ramos e árvores, em virtude de vento mais forte;
· Ter especial cuidado na circulação junto da orla costeira e zonas ribeirinhas historicamente mais vulneráveis a galgamentos costeiros, evitando a circulação e permanência nestes locais;
· Não praticar atividades relacionadas com o mar, nomeadamente pesca desportiva, desportos náuticos e passeios à beira-mar, evitando ainda o estacionamento de veículos muito próximos da orla marítima;
· Garantir a desobstrução dos sistemas de escoamento das águas pluviais e retirada de inertes e outros objetos que possam ser arrastados ou criem obstáculos ao livre escoamento das águas;
· Adotar uma condução defensiva, reduzindo a velocidade e tendo especial cuidado com a possível acumulação de neve e formação de lençóis de água nas vias;
· Não atravessar zonas inundadas, de modo a precaver o arrastamento de pessoas ou viaturas para buracos no pavimento ou caixas de esgoto abertas;
· Estar atento às informações da meteorologia e às indicações da Proteção Civil e Forças de Segurança.

 

IPMA/Proteção Civil