Muito se fala de defesa do património e do incontornável dever das entidades públicas de o promover e valorizar. Não são estas as únicas, porém. Não esquecer os inúmeros proprietários absentistas que deixam quintas e chalés ao abandono, muitas delas classificadas, mas que o público nunca visitou, desprezadas seja por incúria ou falta de verba, seja por apenas esperarem pela realização de mais valias. Daí os fogos, os desmoronamentos, a degradação. Junte-se os visitantes e moradores que sem respeito depositam lixo, os que grafitam paredes e descaracterizam fachadas, e temos um caldo negativo de que todos somos culpados.
Tal estado de coisas não se resolve com remoques nas redes sociais ou busca de culpados acicatada por despeitos e rivalidades. Tem de resultar de um espírito colaborante que partindo de críticas construtivas acrescente e não diminua, esclareça e não grite, seja pró-activo e não bota abaixo, concentre as críticas não só no Estado ou no poder local esquecendo muitas vezes aquilo que não foi feito pelos cidadãos enquanto detentores de deveres cívicos. Haverá esperança de mudar?
Fernando Morais Gomes, Presidente da Alagamares – Associação Cultural
