A candidatura do PSD/CDS-PP não refere no seu programa eleitoral o novo hospital de Sintra que a autarquia e o Governo se comprometeram a construir no concelho. A coligação refere mesmo que a Câmara tem de assumir “as suas verdadeiras funções e competências previstas na legislação”.

Apesar de dedicar um dos pontos do seu programa ao “Hospital público de Sintra”, os compromissos assumidos pela coligação PSD/CDS-PP referem a “realização de um diagnóstico técnico da atual situação do setor da saúde em Sintra”, sem referência ao acordo estabelecido entre a Câmara e o Governo que vai permitir a construção do novo Hospital, mas que implica um investimento de 30 milhões de euros por parte da autarquia.

Para além deste diagnóstico, os compromissos neste setor são do “estabelecimento de um protocolo entre a administração central e o Hospital Dr. José de Almeida (Hospital de Cascais) de resposta às primeiras consultas referenciadas pelos cuidados de saúde primários (CSP) do ACES Sintra e urgências”.

No passado mês de junho a autarquia e o Governo assinaram um acordo para a construção do novo Hospital de Sintra. A Câmara de Sintra vai pagar a totalidade da construção do Hospital (29,617 milhões de euros), que deverá estar concluído em 2021, cabendo ao Estado, equipá-lo e mantê-lo (21,660 milhões com aquisição e instalação do equipamento).

“É a primeira vez no país que uma câmara municipal entrega ao Estado, ao Ministério da Saúde, um hospital feito chave na mão”, mas “o Governo não só o equipa, com mais de 21 milhões de euros, como o mantém, [com] mais 25 milhões”, sublinhou Basílio Horta.

Para Adalberto Campos Fernandes, a construção do Hospital de Proximidade de Sintra vai beneficiar a região de Lisboa e também o concelho da Amadora, porque o Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) “tem de continuar a ter o investimento possível, precisa de cumprir a sua missão de hospital diferenciado, naturalmente, mas sem o sufoco a que foi submetido nos últimos anos”.

Novo Hospital de Sintra, será construído na Cavaleira, Freguesia de Algueirão-Mem Martins

O ministro adiantou que o Governo deu orientações para que o novo concurso do Hospital de Cascais passe também a incluir pela totalidade as oito freguesias de Sintra, que “até agora apenas incluía na área materno-infantil”, de modo a assegurar uma melhor prestação de cuidados de saúde em articulação com o hospital de Amadora-Sintra.

“Acredito que a construção deste hospital melhorará a prestação de cuidados de saúde aos habitantes do concelho de Sintra”, admitiu, por seu lado, o ministro das Finanças, Mário Centeno.

O ministro sublinhou a importância de manter a política de equilíbrio das finanças públicas e de se apostar em “projetos que racionalizem a oferta dos cuidados de saúde”.

“Se não fosse assim, nós não teríamos hospital, claro que não. O hospital não estava inscrito no Orçamento do Estado e portanto foi uma negociação difícil, bastante difícil, foi um caminho cheio de dificuldades, mas que foram resolvidas”, reconheceu no final aos jornalistas, o presidente da Câmara de Sintra.