A Infraestruturas de Portugal (IP) e a Câmara Municipal de Sintra estão a terminar o plano alternativo do trânsito rodoviário para a grande intervenção de requalificação da N117. A cerimónia de assinatura do auto de consignação está agendada para a segunda semana de abril.

O SINTRA NOTÍCIAS apurou que as duas entidades estiveram reunidas esta semana e que estão na fase final de definição das alternativas à circulação rodoviária, devido às obras na “estrada da vergonha”. A execução da obra deverá implicar o corte da circulação num dos sentidos. Em princípio, a circulação deverá manter-se entre Queluz e Belas.

No sentido Belas/Queluz, o trânsito terá de ser desviado por ruas interiores, nomeadamente pela zona da Idanha e estrada da Portela para depois aceder novamente à N117, já em Queluz. As duas entidades debatem as soluções para manter a circulação dos transportes públicos nos dois sentidos, nomeadamente as carreiras da VIMECA.

Fonte ligada à obra de requalificação da N117 revelou ao SINTRA NOTÍCIAS que a colaboração entre as entidades envolvidas tem sido muito positiva. “A IP, Câmara Municipal de Sintra e a empresa Conduril, responsável pela obra, têm trabalhado de uma forma intensa para finalmente resolver a questão da N117”. A mesma fonte revela que “temos consciência dos constrangimentos que esta obra vai provocar, mas não é possível fazer esta requalificação de outra forma”. Apesar de a IP desenvolver o projeto, o município de Sintra investe aproximadamente 1 milhão de euros para obras de construção de passeios e da ciclovia, que têm o custo inicial estimado de 82 mil euros, e obras de substituição da conduta de abastecimento de água e respetivos ramais.

DEMOLIÇÕES DE EDIFÍCIOS EM RUÍNAS OCORREM NO INÍCIO DA INTERVENÇÃO

A empresa responsável por esta obra, a Conduril, já se encontra no terreno a preparar o início da obra. A intervenção vai começar pela demolição das fachadas em ruína que estão antes do viaduto da CREL para quem circula no sentido Queluz/Belas.

Toda a zona vai sofrer uma profunda mudança. A ciclovia, a construção de passeios, a demolição de vários edifícios, iluminação pública e um novo pavimento betuminoso, vão acabar com uma situação que se arrasta há décadas e desqualifica esta importante ligação entre Queluz e Belas.

DUAS MORTES NÃO FORAM SUFICIENTES

Estávamos a 19 de fevereiro de 2008 quando duas irmãs morreram na “estrada da vergonha”. As fortes chuvadas que aconteceram nesse dia arrastou, por volta das 7h30 da manhã, as duas mulheres, e o carro em que seguiam, para a corrente do rio Jamor.

No ano seguinte, 2009, ano de eleições, houve uma marcha pela requalificação da via e multiplicaram-se as declarações políticas e as promessas, mas nada foi feito. A estrada, e o luto das duas jovens, permaneceram sem resposta.

Quando Basílio Horta assume a presidência da Câmara Municipal de Sintra, numa presidência aberta em fevereiro de 2014, torna esta questão prioritária. “A luta que foi necessária para garantir que aquele troço fosse requalificado é inimaginável, só alguém com peso político de Basílio Horta e disponível a ir até as últimas consequências conseguia num contexto de forte contenção orçamental, levar o governo a fazer esta obra”, revela fonte da Câmara Municipal de Sintra. “A verdade é que de todos os investimentos previstos pela IP, a N117 no concelho de Sintra, foi das poucas que avançou graças à respetiva autorização do ministro das Finanças”, revela a mesma fonte.

 

PROJETO PARA A N117