A cedência do terreno para a construção do novo pólo hospitalar de Sintra, na zona da Cavaleira no Algueirão, foi hoje aprovado pelo executivo municipal, assim como a revisão orçamental que vai financiar a obra em seis milhões de euros.

Todos os vereadores da Câmara de Sintra presentes na reunião votaram a favor das propostas com excepção dos eleitos do movimento independente Sintrenses com Marco Almeida que se abstiveram. Em comunicado, o grupo do vereador Marco Almeida justificou a abstenção com a omissão de alguns aspetos, nomeadamente a falta de definição do prazo de “uma obra que é essencial, mas é também urgente”. A falta de informação sobre as valências, “a natureza jurídica e o modelo de gestão” ou os recursos humanos do novo pólo são também criticados pelos vereadores da oposição.

Basílio Horta, presidente da autarquia lamentou esta posição, mas considerou que assim ficou claro quem “opta por fazer parte da solução ou manter tudo na mesma”. “A situação que vivemos no hospital de Amadora-Sintra nos últimos dias é a prova da necessidade absoluta desta unidade hospitalar”, afirmou ainda.

O autarca apresentou ao executivo municipal uma proposta de revisão orçamental, que prevê o investimento da autarquia de 2,5 milhões de euros em 2017 e de 3,5 milhões em 2018 para o novo polo hospitalar junto ao bairro da Cavaleira, no Algueirão.

A LUSA revela que na reunião do executivo foi também proposta a cedência de terrenos à Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo, com uma área de 59.500 metros quadrados (m2), por um período de 50 anos, renováveis, para instalar o novo polo hospitalar.

A cedência de terrenos, junto ao Itinerário Complementar (IC) 16, será viabilizada através da desafetação do domínio público municipal de três parcelas com um total de 84.345 m2, avaliadas em cerca de 2,089 milhões de euros, resultantes de alterações a três alvarás de loteamento do bairro da Cavaleira.

A autarquia, além dos 59.500 m2 a ceder à ARS, vai assegurar na restante área os acessos e o enquadramento paisagístico da nova unidade, explicou fonte da autarquia.

O Ministério da Saúde constituiu um grupo de trabalho com o município para definir o programa do novo pólo hospitalar, em articulação com outros equipamentos existentes, com valências de “serviço de urgência básica, consultas externas, unidade de cirurgia ambulatória, meios complementares de diagnóstico e terapêutica [e] uma unidade de cuidados continuados”.

Para Basílio Horta, o novo polo permitirá resolver os problemas crónicos das urgências do Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), com um investimento estimado de 30 milhões de euros, dos quais seis milhões serão comparticipados pelo município.

“Apesar de esta área ser da responsabilidade do Governo central, a câmara vai investir do seu orçamento mais de 8,5 milhões em equipamentos de saúde. Não era possível continuar tudo parado na área da saúde em Sintra”, frisou.

A autarquia contratualizou com a ARS a construção de cinco novos centros de saúde, em Algueirão-Mem Martins, Agualva, Almargem do Bispo, Queluz e Sintra.

O presidente da autarquia espera que “ainda durante este mês” seja assinado o protocolo com o ministro da Saúde, com as valências da unidade, prometendo que “as obras do polo hospitalar vão começar ainda este ano”.

O novo polo funcionará em articulação com o Hospital Fernando Fonseca e o Ministério da Saúde já admitiu a ampliação do Hospital de Cascais, para alargar o atendimento às freguesias urbanas mais próximas da vila de Sintra.