A CDU decidiu retirar-se do executivo da freguesia de Rio de Mouro, no concelho de Sintra, depois do presidente da Junta de maioria socialista ter retirado os pelouros a um dos seus dois eleitos, anunciou terça-feira a coligação comunista.

Em comunicado, a CDU de Sintra explica que o presidente da Junta de Freguesia de Rio de Mouro, Bruno Parreira (PS), decidiu, a 30 de Maio, retirar os pelouros a um dos seus eleitos no executivo “sem qualquer aviso prévio ou consulta”.

Apesar de reuniões “para resolver a crise”, o autarca socialista não alterou a sua posição, acusa a coligação.

“O PS fez uma opção política: a de impedir os eleitos da CDU de continuarem a concretizar o projecto para Rio de Mouro com que se apresentaram à população e que mereceu a sua confiança expressiva nas últimas eleições”, lê-se no documento.

A CDU foi a segunda força política mais votada para a assembleia de freguesia, nas autárquicas de 2013, e aceitou dois lugares, em sete, no executivo, assumindo “a responsabilidade por metade dos pelouros da Junta, sem qualquer remuneração”.

“Muito mudou em Rio de Mouro por acção dos eleitos da CDU. As colectividades e associações passaram a ter na Junta de Freguesia um parceiro aberto, disponível e confiável”, refere o comunicado, acrescentando que “avançaram obras de requalificação urbana”, foram recuperados parques infantis, retomada a Feira do Livro, interrompida há oito anos, e lançada a Mostra de Teatro e a Semana da Juventude.

O socialista Bruno Parreira esclareceu à Lusa que a retirada de pelouros resultou da “quebra de confiança entre um vogal e o presidente da Junta de Freguesia” e também de “um conjunto de actos” da eleita pela CDU.

“Não há nenhum problema político entre o PS e o PCP. Há uma questão pessoal entre um elemento da Junta e o presidente”, reforçou o autarca socialista, que disse “respeitar” a decisão da coligação e agradeceu “a colaboração” no executivo.

A CDU já teve competências nos executivos das freguesias de Queluz e Belas e de Agualva e Mira Sintra, lideradas pelo PS, mas que entretanto abandonou, e mantém pelouros em Algueirão-Mem Martins, Casal de Cambra, Cacém e São Marcos, Almargem do Bispo, Montelavar e Pero Pinheiro, e São João das Lampas e Terrugem.

Lusa (junho 2016)