Passam hoje 50 anos sobre o trágico e dramático incêndio da Serra de Sintra. No dia 7 de Setembro de 1966 perderam a vida 25 soldados.

No combate às chamas ficaram feridos e intoxicados vários bombeiros, soldados e populares que receberam tratamento”, no Hospital de Sintra e nos postos clínicos instalados na Serra, sendo os casos mais graves tratados no hospital de São José, em Lisboa.

Grande incêndio na Serra de Sintra a 7 de Setembro de 1966
Grande incêndio na Serra de Sintra a 7 de Setembro de 1966

Ainda hoje existe duvidas de quantos mortos provocou o incêndio na Serra de Sintra a 6 de Setembro de 1966.

O jornalista OCIDENTE, rádio/jornal, João Paulo Teixeira, num artigo publicado no extinto jornal A PENA, com a data de 7 de Setembro de 1995, questiona o número de vítimas, cuja versão oficial, contabilizou “apenas” 25 mortos.

Edmundo Silva coutou 21 cadáveres, “quando apareceu o capitão, ainda havia mais para contar. Só que não deixou a gente contar. Alguns ainda estavam mais afastados, ainda a fumegar”, refere este bombeiro dos Voluntários de Sintra, na altura com 30 anos e que se encontrava a combater as chamas perto do local onde viriam a falecer os soldados.

Grande incêndio na Serra de Sintra a 7 de Setembro de 1966 | Foto: Bombeiros de Portugal
Grande incêndio na Serra de Sintra a 7 de Setembro de 1966 | Foto: Bombeiros de Portugal

Um outro testemunho de Abel Ferreira Tavares, na altura delegado Regional do Conselho Nacional dos Serviços de Incêndios para os Concelhos de Sintra e de Cascais e ex-comandante dos Bombeiros de Sintra, refere que “havia dois molhos de homens queimados um maior e outro mais pequeno”, disse o responsável, convencido que seriam mais de 30 cadáveres, ficando “admirado quando, posteriormente, vieram notícias nos jornais de 25”, acreditando que “no mínimo seriam 30” mortos.

O jornalista, João Paulo Teixeira, num artigo publicado no extinto jornal A PENA, com a data de 7 de Setembro de 1995, questiona o número de vítimas, cuja versão oficial, contabilizou “apenas” 25 mortos

Grande incêndio na Serra de Sintra a 7 de Setembro de 1966
Grande incêndio na Serra de Sintra a 7 de Setembro de 1966

O Diário de Notícias, de 10 de Setembro de 1966 fala de 25 cadáveres, enquanto o Diário Popular de 9 de Setembro, em entrevista ao soldado Alberto António Silva, que viveu a tragédia de Sintra, não confirma o “número exacto de camaradas que faleceram”, acrescentando que “o grupo do aspirante Barros Tavares, deslocou-se para a direita da encosta. Não se sabe quanto homens levaria consigo”.

Sem problemas com censura, o jornal italiano Il Piccolo – Trisesta de 10 de Setembro, afirma que “morreram trinta e sete soldados” e estranha o silêncio das autoridades.

Rádio Ocidente / João Paulo Teixeira e http://www.serradesintra.net/