Cartas e desenhos trocados entre Vieira da Silva e Arpad Szenes são o mote da exposição “Escrita Íntima”, inaugurada este sábado e que vai estar patente no MU.SA – Museu das Artes de Sintra até 3 de setembro.

O presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta, inaugurou este sábado a exposição “Escrita íntima” que reúne, em torno da correspondência trocada por Maria Helena e Arpad, uma selecção de obras de ambos. São na sua maioria desenhos, testemunhos e retratos do outro e da sua intimidade, rastos de um enamoramento que passava da vida para a obra.

Muitos destes trabalhos não tinham por objetivo o espaço público, eram cartas de amor gráficas e registos de afetos. É assim apresentada uma série de obras pouco conhecidas – algumas inéditas – maioritariamente sobre papel e de pequenas dimensões, da colecção da Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva. Registos que são também uma escrita íntima e que complementam a correspondência entre os dois artistas.

Os três núcleos temáticos que orientam a exposição seguem a estrutura organizativa do volume de correspondência com o mesmo nome, editado em colaboração com a Imprensa Nacional-Casa da Moeda.

As duas primeiras salas englobam os primeiros anos, com produção artística anterior e posterior ao matrimónio (1930) até ao exílio para o Brasil, em 1940; uma terceira sala para o período de sete anos em que o casal viveu no Rio de Janeiro; e, finalmente, uma quarta e última sala que ilustra o período do pós-guerra e regresso do casal à Europa.

As cartas que acompanham a exposição, revelam uma linguagem peculiar, com códigos e léxicos próprios. O processo de leitura, transcrição e edição da correspondência foi fundamental para a compreensão do quotidiano e decifração da esfera íntima dos artistas; da forma como essa intimidade absorveu o espírito do tempo. São documentos com um valor biográfico significativo que favorecem o conhecimento da personalidade de ambos e que ajudam à compreensão da produção artística, aqui apresentada.

O presidente da Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, António Gomes de Pinho, esteve presente na inauguração.

 

Fotografias: Pedro Tomé (CMS)