A proposta vencedora do concurso de ideias para criar uma “ponte verde” sobre o IC19 (Lisboa-Sintra), no âmbito do programa “Eixo Verde e Azul”, valoriza “a integração paisagística”, segundo os prémios a divulgar terça-feira em Queluz.

Para o júri do concurso de ideias, “a proposta valoriza a integração paisagística, nomeadamente, pela boa integração proporcionada pela barreira acústica em talude com revestimento vegetal, junto ao IC19, e pela ponte verde de ligação entre os jardins do palácio [de Queluz] e a Matinha”.

Basílio Horta (PS), salientou que “o ‘Eixo Verde e Azul’ concretiza a estratégia integrada de requalificação do rio Jamor e suas margens, da nascente à foz, aumentando a oferta de espaços verdes”

A solução da Biodesign/Tetraplano, coordenada por Jorge Manuel Frazão Cancela, “mostra-se, igualmente, positiva, no domínio da mobilidade, atenta a localização dos percursos e as condições de conforto proporcionadas pela sua topologia”, lê-se no relatório do júri presidido pelo arquiteto paisagista Sidónio Pardal, a que a agência Lusa teve acesso.

Noutro concurso, para a requalificação do terreiro do Palácio de Nacional de Queluz, o projeto de Sara Maduro obteve o primeiro prémio, por apresentar “uma visão caracterizada pela sensibilidade e pela leveza da interpretação dos espaços, enquanto lugar de diferentes vivências”, considerou o júri liderado pelo arquiteto, João Pedro Falcão de Campos.

“Ponte verde” sobre o IC19

Os concursos para a “ponte verde” pedonal e ciclável sobre o IC19 e a requalificação do terreiro do palácio representam um investimento global estimado de 8,3 milhões de euros (a que acrescem 532.000 euros dos projetos de execução de cada intervenção).

A proposta escolhida da “ponte verde” revela-se também a “mais adequada para a proteção do património cultural, pela maior eficácia na contenção dos efeitos do tráfego do IC19” e condições de apreciação do património “a partir da azinhaga ao longo da ribeira de Carenque e da relação dos jardins do palácio com a Matinha de Queluz e quintas envolventes”, destacou o júri.

Neste concurso, de entre oito concorrentes, ficou em segundo lugar a Fora-Fagulha, Oliveira e Rosa, Arquitetura e Urbanismo, com uma ponte circular sobre o IC19, e em terceiro a Orla-Estudos e Projetos de Arquitetura Paisagista, com uma travessia mais leve e exposta aos efeitos do tráfego.

Requalificação Urbana

No projeto escolhido para o terreiro entre o Parque Felício Loureiro e a zona de atravessamento da Matinha destacam-se também “um processo gradual de revelação do espaço e a consciência da água como elemento estruturante implícito”, notou o júri, que integrou ainda a Ordem dos Arquitetos e a Direção-Geral do Património Cultural.

Além da preocupação com “o enquadramento da Pousada D. Maria I” e “mitigação dos impactos negativos do tráfego”, a proposta da arquiteta residente em Massamá “centra-se igualmente na estrutura de irrigação, repondo a localização do Chafariz da Carranca e criando um eixo visual na direção do Bairro Almeida Araújo e do aqueduto da Quinta Nova”.

Das 11 propostas apresentadas neste concurso, o projeto de Luís Ferreira Neto ficou em segundo lugar e o terceiro prémio foi atribuído a Adalberto Araújo da Silva Gonçalves Dias.

“Eixo Verde e Azul”

O “Eixo Verde e Azul” visa, a par da requalificação em torno do palácio de Queluz, a renaturalização da envolvente do rio Jamor e afluentes, a constituição de um parque florestal na Quinta Nova e o controlo de cheias na ribeira de Carenque.

O programa foi objeto de um protocolo, assinado a 14 de julho de 2016, entre as câmaras da Amadora, Oeiras e Sintra e a PSML, com o propósito de criar um corredor ecológico ao longo do rio Jamor, incluindo um percurso pedonal e clicável de 15 quilómetros a unir os três concelhos.

O presidente da autarquia de Sintra, Basílio Horta (PS), salientou que “o ‘Eixo Verde e Azul’ concretiza a estratégia integrada de requalificação do rio Jamor e suas margens, da nascente à foz, aumentando a oferta de espaços verdes”.

Para o presidente da PSML, Manuel Baptista, o programa estratégico “alia a regeneração” do palácio à sua envolvente, “devolvendo ao monumento a capacidade de polo gerador de desenvolvimento da região, estreitando a ligação da população com o espaço”.

Lusa