Alagamares “contra” o abate de árvores na Serra de Sintra

PROTESTO | Sábado, dia 25 de março, a Associação Cultural vai plantar cinquenta árvores em Monserrate

Imagem | Carmo Moser

A Alagamares – Associação Cultural, está “contra o abate de árvores em massa na Serra de Sintra” e critica fortemente a decisão do Instituto de Conservação da Natureza (ICNF), “estrutura que devia pugnar pela defesa da floresta” ao permitir “este desbaste anunciado”, garantindo que “tudo fará para que seja evitado, o triunfo da moto serra”.

Como primeira iniciativa prática, a Associação Cultural vai plantar este sábado, 25 de março em Monserrate, cinquenta árvores, que serão “50 vozes de protesto, 50 formas de dizer não a uma atitude dita de prevenção que mais não é que o triunfo da moto serra”.

No comunicado que o SINTRA NOTÍCIAS teve acesso, Associação do Concelho de Sintra, acusa o ICNF por ter em marcha uma “intervenção” nos Perímetros Florestais da Serra de Sintra e Penha Longa e mais especificamente, na envolvente aos arruamentos públicos (EN9-1 troço entre a Lagoa Azul e a Malveira da Serra, Estrada Florestal Malveira-Portela e acesso à Barragem do Rio da Mula) segundo ele visando, ‘melhorar a segurança de pessoas e bens e garantir o bom desenvolvimento das espécies autóctones presentes no sob-bosque, as quais estão na base dos bosquetes de folhosas características da zona’, segundo afirmou em resposta a interpelação da Alagamares no dia 22 de Março. 

Imagem | Carmo Moser

“Desbaste anunciado”

A Alagamares “opõe-se vigorosamente a este desbaste anunciado, até pela dimensão de que se vai revestir, e tudo fará para que seja evitado”, faz saber.

“Para tal fim, foi feito um auto de marca, a incidir sobre exemplares arbóreos em fim de vida, e incidindo sobre exemplares de espécies como os pinheiros-bravos, ciprestes e acácias, visando o abate destes mesmos exemplares”, consta a Alagamares, questionando: “Se estavam doentes, quem as deixou de tratar? Matar quem se deixa morrer, é desculpa que nada justifica”.

“Será que a cada árvore morta se seguirá um momento de árvore posta?”, volta a questionar a Associação Cultural do Concelho de Sintra, acrescentando que “não é só a situação fitossanitária que deve ser tida em conta, mas também o direito à imagem, que conforma a paisagem, e contou sobremaneira na classificação de Sintra como paisagem cultural”.

Protesto no sábado

“As árvores marcadas para morrer têm uma marca laranja e é em alerta laranja que os defensores da floresta e da nossa serra devem permanecer, pois esta não é dos tecnocratas nem dos madeireiros, mas sim daqueles que a amam, nela vivem e respiram e que não desejam ver decepada por muitas e boas décadas”, faz saber a Alagamares.

Assim, e em contra ciclo, este sábado, 25 de março, a Associação Cultural vai plantar em Monserrate, cinquenta árvores que simbolicamente serão “50 vozes de protesto, 50 formas de dizer não a uma atitude dita de prevenção que mais não é, que o triunfo da moto serra”, lamenta.