O jornal Público dedica um trabalho de fundo sobre o caminho que a autarquia de Sintra deverá seguir nos próximos anos. O Público lembra que a autarquia de Sintra, liderada por Basílio Horta, pretende avançar com um plano de investimentos de cerca de €80 milhões entre 2017 e 2018.

Este aumento de investimento é um dos pilares da estratégia municipal, que assenta ainda no controlo da despesa corrente e na redução de impostos, a qual “não coloca em causa os investimentos necessários para o desenvolvimento do concelho”. O investimento será dividido em partes praticamente iguais entre os dois anos (€40,1 milhões para 2017 e €39,5 milhões para 2018), referindo-se, no mesmo documento, que entre 2019 e 2020, o plano de investimentos totalizará outros €35 milhões.

A Saúde é uma das áreas prioritárias de investimento, prevendo-se a construção de cinco novos centros de saúde (em Sintra, Queluz, Algueirão-Mem Martins, Agualva e Almargem do Bispo), num investimento de mais de €8,4 milhões nos próximos dois anos. O centro de saúde de Sintra, que ficará localizado no edifício da antiga junta de freguesia, o qual será adaptado ao seu novo uso, deverá ser iniciado no 1º semestre de 2017, tendo já sido aprovado o lançamento para o concurso público da empreitada, no valor de 950 mil euros.

A educação será outro vetor destacado no investimento autárquico a dois anos, prevendo-se investir €18 milhões, incluindo a beneficiação de edifícios escolares (7,4 € milhões) e aquisição de equipamento básico (€1 milhão em 2017 e outro em 2018).

Já para a intervenção no espaço público e para a reabilitação urbana, a autarquia está a prever investir um total de €35,2 milhões entre 2017 e 2018. Um dos projetos inscritos nesta rúbrica é o “Eixo Verde e Azul”, que Basílio Horta carateriza como “um dos mais relevantes investimentos a nível da Área Metropolitana de Lisboa” e que pretende “promover a conetividade ecológica em meio urbano, salvaguardar os riscos das cheias e proteger o património histórico-cultural”, disse o autarca na apresentação deste projeto há cerca de um mês.

O investimento total é de €11,3 milhões, beneficiando mais de 60 mil cidadãos. O parque Municipal Florestal da Serra da Carregueira é um dos principais objetos de intervenção, com a criação de uma nova centralidade com espaços de lazer e desporto. A primeira de cinco fases iniciar-se-á junto ao aglomerado de Belas. Outro projeto municipal integrado no “Eixo Verde e Azul” é a requalificação do sistema Jamor- Carenque e da área envolvente ao Palácio Nacional de Queluz.

Serão igualmente objeto de investimento da autarquia os parques urbanos, incluindo Carregueira e a Cavaleira, bem como o alargamento da rede municipal de ciclovias com cerca de 30 km de extensão. O autarca refere ainda o investimento na pousada da juventude e a reabilitação de imóveis municipais, designadamente, a Quinta da Riba Fria, a Quinta da Fidalga, a Quinta Nova da Assunção e Casal de São Domingos.

Sintra reforça-se como destino de negócios

O Jornal Público recorda que o concelho está agora entre os 10 destinos de negócios mais atrativos a nível nacional, ranking no qual subiu 3 posições face a 2015, ocupando em 2016 a 10ª posição entre 308 municípios portugueses, de acordo com o Portugal City Brand Ranking 2016, produzido pela Bloom Consulting. A própria autarquia está também bastante empenhada na promoção do tecido empresarial do concelho, com especial enfoque na vertente de internacionalização das empresas que aí se localizam.

As últimas iniciativas realizadas foram direcionadas aos mercados de Cuba e Índia.

Também na vertente imobiliária, a atratividade do concelho no âmbito empresarial é visível e para Carlos Nunes, responsável de Vendas – retalho Sul da Direção de Negócio Imobiliário do Millennium bcp, é já uma realidade consolidada, visto que “nas últimas décadas, foi possível verificar a instalação de empresas do centro de Lisboa para o concelho”, incluindo das áreas da Banca, Universidades, telecomunicações e ramo automóvel, entre outros.

Para este responsável, “o facto de as empresas poderem instalar-se às portas de Lisboa, mas com um esforço de investimento mais reduzido, constitui uma importante vantagem competitiva para o concelho”, que se apresenta como um local “interessante para a instalação de sedes de empresas, áreas logísticas ou de armazenagem”, defende.

A proximidade de Lisboa, as soluções de transportes públicos e acessos rodoviários são também fatores de atratividade para a procura de imóveis na área habitacional, acrescenta Carlos Nunes, que frisa ainda a atratividade do concelho para o turismo, considerando “o seu elevado património cultural, histórico, artístico e natural”.

Isso mesmo também reflete o ranking já referido, onde Sintra também subiu enquanto destino para visitar (4 posições para o 11º lugar a nível nacional). Enquanto destino para viver, Sintra é o 5º concelho mais atrativo neste indicador, conclui ainda o ranking elaborado para 2016.