“Em 2017, serei candidato à presidência da Câmara de Sintra”, disse hoje Marco Almeida, em conferência de imprensa, que decorreu na Pousada D. Maria I em Queluz, defendendo uma “candidatura abrangente”, “um projeto modernizador e próximo dos sintrenses” com espaço para outras formações partidárias, “incluindo o PSD e outros movimentos independentes” como o “Sintra Paixão com Independência”.

Acompanhado por dois ex-presidentes de Câmara, António Capucho [Cascais] e Carmona Rodrigues [Lisboa], o candidato começou por fazer um balanço da sua atividade desde 2013, altura em que liderou um movimento de cidadãos, e que alcançou um resultado “extraordinário” nas últimas autárquicas, “apenas a 1700 votos do PS”, afirmando-se como a “segunda força política do concelho” acreditando que em 2017, “será a primeira”.

Nas mais diversas áreas de atividade, “tem sido um trabalho sistemático por Sintra”, disse Marco almeida, regozijando-se pelo trabalho trilhado, “é a força da cidadania”, compromisso aliás, assumido na noite eleitoral de 29 de setembro de 2013, garantindo que “o nosso projeto foi validado pelos sintrenses”, razão que justifica a sua candidatura em 2017.

Com fortes críticas à gestão autárquica, Marco Almeida, em vários momentos da sua apresentação, foi deixando recados a Basílio Horta, enquanto presidente da Câmara de Sintra: “os sintrenses não querem as contas em ordem, por terem as contas em ordem”, lamentando que a Câmara de Sintra seja “a quinta que mais impostos recolhe e a segunda com maior excedente orçamental. A Câmara privilegiou a banca”, disse.

O candidato independente propõe, por isso, o envolvimento dos cidadãos na democracia direta, um programa de cobrança de impostos menos penalizador para as famílias, a criação de um conselho consultivo para avaliar projetos, definir verbas e propor apoios às instituições municipais.

Críticas ainda ao presidente da Câmara porque “não foi capaz de apoiar a construção de qualquer equipamento social, municipal ou associativo” de “cumprir a revisão do PDM” ou avançar com o Orçamento Participativo, “promessa que ele próprio assumiu em campanha eleitoral”.

Capucho e Carmona

O programa autárquico da candidatura “Sintrenses com Marco Almeida” será coordenado por Carmona Rodrigues, antigo presidente da Câmara de Lisboa pelo PSD, que mostrou “grande entusiasmo com o desafio”.

À semelhança de 2013, Marco Almeida voltará a ter o apoio do antigo presidente da vizinha Câmara de Cascais, António Capucho.

“Quando entendi alinhar e apoiar a candidatura do Marco Almeida em 2013 não esperava um resultado assim, por uma unha negra não ganhou”, começou por dizer hoje o ex-autarca.

António Capucho considerou ainda “uma loucura” o excedente orçamental apresentado pela Câmara Municipal. “Eu, como antigo presidente de câmara, sei que isso é impensável. Resulta de não ter projetos para aplicar esse dinheiro. Sintra é um deserto de projetos. Não consegue arrancar do Governo, que é da própria cor, projetos importantes e prometidos, como o hospital, por exemplo”, acrescentou.

António Capucho disponibilizou o seu apoio a Marco Almeida para 2017 para “ele utilizar como bem entender”.

Desafio

Já parte final do seu discurso de apresentação de candidatura, “a 10 meses das eleições” autárquicas, Marco Almeida pergunta “onde está Basílio Horta?”, porque “estou do lado da cidadania e da liberdade”, desafiando o atual presidente da Câmara a apresentar a sua recandidatura à Câmara de Sintra: “Quando Basílio Horta fará o mesmo?”

Refira-se que esta quarta-feira, dia em que anunciou a recandidatura, realiza-se um jantar na Terrugem, comemorativo do 4º aniversário do movimento que liderou.

Coligação com CDS imposta por Assunção Cristas

O PSD e CDS ainda estão em negociações para formar uma coligação em Sintra nas eleições autárquicas do próximo ano. O SINTRA NOTÍCIAS apurou, junto de várias fontes do CDS, que a vontade do partido em Sintra era “protagonizar uma candidatura própria marcando desta forma um novo ciclo na vida autarquia do CDS em Sintra”. No entanto a estratégia do CDS passa por não pode colocar em causa outras coligações que o partido de Assunção Cristas pretende assegurar no resto do país.

A líder do partido não quer causar “constrangimentos” à coligação com o PSD em Cascais e um entendimento em Sintra favorece um possível acordo em Lisboa onde Assunção Cristas já anunciou a candidatura. Responsáveis da direção nacional do CDS estão a conduzir este processo, algo que está a criar grande desconforto junto da base do partido em Sintra.

Numa reunião realizada esta semana entre militantes de Sintra e o presidente da distrital do CDS a proposta de entendimento foi fortemente criticada. “As condições apresentadas pelo PSD são absurdas”, revelou fonte do CDS e que se recusou a revelar a proposta dos socais-democratas.

Os dois partidos querem chegar a um acordo rapidamente de forma a lançar a pré-campanha no início de 2017.