Carmona regressa à vida política em Sintra

Carmona vai ser o responsável pelo programa eleitoral da candidatura do vereador Marco Almeida

Carmona Rodrigues regressa à vida política em Sintra e vai ser o responsável pelo programa eleitoral da candidatura do vereador Marco Almeida à Câmara Municipal de Sintra.

Em comunicado é referido que “os créditos que reconhecidamente acumula [Carmona Rodrigues], com destaque particular para a sua experiência governativa quer no Governo, quer à frente da Câmara Municipal de Lisboa e o protagonismo ganhador que imprimiu à sua candidatura às autárquicas de 2005, dão-lhe bagagem mais que suficiente para ajudar a alavancar o sucesso que se pretende”, refere o comunicado do vereador Marco Almeida.

“A circunstância de ser um munícipe de Sintra, por adopção, na medida em que tendo casa de família, acompanha com especial atenção a gestão municipal e o destino que as opções estratégicas necessariamente lhe imprimem, não foi alheia ao convite”, explica o movimento em comunicado.

O regresso de Carmona

O ex-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, eleito em 2005, não cumpriu o mandato até ao fim depois de ter sido constituído arguido na sequência do negócio da permuta dos terrenos do Parque Mayer, então detidos pela empresa Bragaparques, com parte dos terrenos municipais da antiga Feira Popular, em Entrecampos. O negócio envolveu, ainda, a venda em hasta pública do lote restante da Feira Popular à Bragaparques, depois de a empresa ter exercido o direito de preferência, passando a deter a totalidade do espaço. Após Carmona Rodrigues ter sido constituído arguido, em 2007, os vereadores do PSD e os eleitos de todos os partidos da oposição renunciaram aos mandatos, precipitando a queda do executivo, por falta de quórum, a 10 de maio de 2007.

Já em outubro de 2014, o Tribunal Central de Lisboa absolveu os cinco arguidos do processo Bragaparques. O coletivo de juízes justificou, na ocasião, a absolvição com o facto de os arguidos não terem agido “em conjunto e em conluio para beneficiar” a empresa Bragaparques, em prejuízo do município, sublinhando que numas situações houve “clara falta de prova” e noutras “dúvidas”, aplicando-se, neste caso, o princípio de na dúvida absolve-se.

Nas alegações finais, que decorreram a 7 de outubro de 2014, o Ministério Público tinha pedido a condenação de todos os envolvidos a penas até cinco anos de prisão. O MP defendeu, nessa sessão, que Carmona Rodrigues e Fontão de Carvalho deviam pagar 1,5 milhões de euros cada um, Eduarda Napoleão 800 mil euros e Remédio Pires 450 mil euros.

No início deste ano o Tribunal da Relação de Lisboa manteve a decisão do Tribunal Central de Lisboa.