A Direção-Geral do Ensino Superior (DGES) vai “contactar formalmente” a Escola Superior Náutica Infante D. Henrique a propósito da praxe a 20 alunos na semana passada que motivou a intervenção da Polícia Marítima numa praia de Oeiras.

Numa resposta enviada à Lusa, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) acrescentou que não recebeu nenhuma queixa em relação à praxe destes alunos, noticiada no domingo pelo jornal ‘Correio da Manhã’.

De acordo com o jornal, pelo menos 20 alunos foram praxados na praia de Paço d’Arcos, em Oeiras, tendo sido vistos por várias pessoas a rastejar no areal e a ir buscar baldes de água à zona de rebentação, o que terá levado um dos populares a alertar a Polícia Marítima, que acabaria por se deslocar à praia e ordenar que se afastassem da água.

A DGES gere desde junho deste ano o endereço de e-mail praxesabusivas@dges.mctes.pt e uma linha telefónica associada (213 126 111), canais através dos quais já chegaram sete queixas por correio eletrónica, algumas das quais referentes a situações ocorridas em anos letivos anteriores, e três por telefone, uma das quais relativa a suspeitas de um caso que ainda iria ocorrer numa instituição que a tutela não especificou, mas que motivou um contacto oficial da parte da DGES.

A linha de denúncia de praxes abusivas foi criada pelo ministro Nuno Crato na sequência do caso da praia do Meco, onde um grupo de estudantes da Universidade Lusófona de Lisboa morreu afogado, alegadamente na sequência de uma praxe.

O caso gerou um debate social em torno das praxes, levando algumas instituições a prestar mais atenção a eventos habituais do ano académico, como a receção aos caloiros, aproveitando esses momentos para reforçar a mensagem de integração sem abusos, e promovendo alternativas a praxes como iniciativas solidárias ou eventos culturais e desportivos.

 

Lusa